(UFU - 2017 - 1ª FASE)
Ao investigar a situação dos migrantes, o sociólogo Willians de Jesus Santos afirma que:
A construção da identidade nacional brasileira através da ideologia do sincretismo criminalizou as populações africanas escravizadas e seus descendentes, bem como, por certo tempo, as asiáticas. E hoje influenciam políticas de governança que priorizam a securitização, criminalizam protagonistas específicos – sejam eles migrantes indocumentados, inclusive solicitantes de refúgio, assim como prostitutas que estão no mercado internacional de trabalho –, ou, ainda, moradores de favelas e da periferia, além de que os imigrantes são tratados como raças perigosas.
Disponível em: <http://diplomatique.org.br/intimidacao-racismo-e-violencia-contra-imigrantes-e-refugiados-no-brasil>. Acesso em: 20 abr. 2017.
De acordo com o trecho, é possível concluir que:
O Estado brasileiro sempre respeitou as diferenças culturais da população migrante, garantindo o acolhimento e o direito desta população.
A ideologia da democracia racial tem garantido a integração de migrantes e pobres no Brasil, dando continuidade a uma tradição do Estado brasileiro.
Os fluxos migratórios atuais no Brasil são tratados como um problema de segurança pública, o que explicita a influência do racismo científico.
A criminalização de determinados tipos raciais no Brasil fundamenta-se no princípio do respeito à diversidade cultural.
Gabarito:
Os fluxos migratórios atuais no Brasil são tratados como um problema de segurança pública, o que explicita a influência do racismo científico.
c) Correta. Os fluxos migratórios atuais no Brasil são tratados como um problema de segurança pública, o que explicita a influência do racismo científico.
O racismo científico é justificação científica para a discriminação racial. Recorre à conceitos das ciências e pseudociências para legitimar a superioridade ou inferioridade racial. A ideologia da democracia racial é um conceito que nega a existência do racismo no Brasil através do argumento da miscigenação da população conferir uma suposta democracia racial, ignorando os dados que apontam para o preconceito contra a população negra. Dessa forma, não há como tal ideologia garantir a integração de migrantes e pobres no Brasil, pois ela nunca teve a intenção de integrar os indivíduos na sociedade brasileira, mas sim, mascarar uma problemática e invisibilizar a luta do povo preto.
a) Incorreta. O Estado brasileiro sempre respeitou as diferenças culturais da população migrante, garantindo o acolhimento e o direito desta população.
O próprio texto garante que esse respeito foi negligenciado.
b) Incorreta. A ideologia da democracia racial tem garantido a integração de migrantes e pobres no Brasil, dando continuidade a uma tradição do Estado brasileiro.
O texto demonstra que essa integração não tem ocorrido, ao contrário, discursos com base no racismo científico tem promovido algo no oposto dessa direção.
d) Incorreta. A criminalização de determinados tipos raciais no Brasil fundamenta-se no princípio do respeito à diversidade cultural.
Essa alternativa é totalmente falsa; criminalizar determinados tipos raciais é, antes, racismo e promover algo bem na direção oposta à diversidade cultural.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
Ver questão
(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
Ver questão
(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
Ver questão
(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
Ver questão