Questão 42616

(ENEM/PPL - 2018)

Os próprios senhores de engenho eram uns gulosos de doce e de comidas adocicadas. Houve engenho que ficou com o nome de “Guloso”. E Manuel Tomé de Jesus, no seu Engenho de Noruega, antigo dos Bois, vivia a encomendar doces às doceiras de Santo Antão; vivia a receber presentes de doces de seus compadres. Os bolos feitos em casa pelas negras não chegavam para o gasto. O velho capitão-mor era mesmo que menino por alfenim e cocada. E como estava sempre hospedando frades e padres no seu casarão de Noruega, tinha o cuidado de conservar em casa uma opulência de doces finos.

FREYRE, G. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985 (adaptado).

O texto relaciona-se a uma prática do Nordeste oitocentista que está evidenciada em:

A

Produção familiar de bens para festejar as datas religiosas. 

B

Fabricação escrava de alimentos para manter o domínio das elites. 

C

Circulação regional de produtos para garantir as trocas metropolitanas.

D

Criação artesanal de iguarias para assegurar as redes de sociabilidade. 

E

Comercialização ambulante de quitutes para reproduzir a tradição portuguesa. 

Gabarito:

Criação artesanal de iguarias para assegurar as redes de sociabilidade. 



Resolução:

a) Produção familiar de bens para festejar as datas religiosas. 

Incorreta.  Tal aspecto não se enquadra no teor do texto. 

b) Fabricação escrava de alimentos para manter o domínio das elites. 

Incorreta.  Não há um paralelo direto entre a fabricação de alimentos em si, e a dominação imposta - que se deu por meio de uma estrutura colonizadora e escravocrata.

c) Circulação regional de produtos para garantir as trocas metropolitanas.

Incorreta.  Tais trocas não são mencionadas.

d) Criação artesanal de iguarias para assegurar as redes de sociabilidade. 

Correta.  Ao afirmar que um Senhor de Engenho mantinha significativo estoque de doce em casa para consumo próprio e para receber frades e padres, o texto destaca a importância da fabricação de doces artesanais para o exercício dos laços sociais no Brasil colonial.

e) Comercialização ambulante de quitutes para reproduzir a tradição portuguesa. 

Incorreta.  O teor central do texto não é o comércio especificamente ambulante, e tal prática era uma novidade no mundo europeu, açúcar e os doces eram raridade.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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