Questão 43966

(UEL - 2006)   Para o povo Nuer, que vive na região centro-oeste da África, “[...] o relógio diário é o gado, o círculo das tarefas pastoris, fundamentalmente a sucessão de tarefas e suas relações mútuas. Assim, se as atividades dependem dos corpos celestes e das mudanças físicas, estas só são significativas em relação às atividades sociais. [...] Tudo isso é corroborado pela falta de um termo ou de uma expressão equivalente ao vocábulo ‘tempo’, encontrado nos idiomas ocidentais. Desse modo, não há como falar de tempo como algo concreto, que pode ser perdido, economizado e assim por diante.”

(PRITCHARD, E. E. Evans. In: SCHWARZ, Lilia. “Falando sobre o Tempo”. Revista Sexta-Feira, n. 5, p. 17. São Paulo: Hedra, 2000.)

Sobre as noções de tempo, é correto afirmar:

A

Em sociedades tribais, a exemplo da africana, são desconhecidas noções de sucessão do tempo.

B

As comunidades tribais desconsideram a passagem do tempo, pois são sociedades sem história.

C

Culturas diferentes têm noções de temporalidades e de historicidades distintas.

D

A temporalidade é determinada por fatores naturais, daí sua similaridade em diferentes sociedades.

E

Temporalidade é uma noção a-histórica sendo, portanto, semelhante em sociedades tradicionalistas.

Gabarito:

Culturas diferentes têm noções de temporalidades e de historicidades distintas.



Resolução:

a) Em sociedades tribais, a exemplo da africana, são desconhecidas noções de sucessão do tempo.

Incorreto. Essa alternativa infere que as noções de sucessão do tempo são desconhecidas nas sociedades tribais, algo inverídico. O próprio enunciado demonstra o modo como o povo Nuer, que vive no centro-oeste da África, elaborou maneiras para depreender a passagem do "tempo" (acerca da noção ocidental), conforme suas tarefas vão se sucedendo. A premissa existente é a do não reconhecimento de um conceito que demonstra certa duração relativa das coisas nessas sociedades, entretanto, essa ideia existe. 

b) As comunidades tribais desconsideram a passagem do tempo, pois são sociedades sem história.

Incorreto. É errôneo afirmar que uma sociedade é sem história, visto que cada uma tem sua trajetória, suas peculiaridades e os seus acontecimentos no decorrer da história. 

c) Culturas diferentes têm noções de temporalidades e de historicidades distintas.

Correta. O texto de apoio da questão explana sobre o modo como cada cultura segue ou desenvolve uma noção específica de tempo que é inerente aos aspectos históricos sociais de seu respectivo povo. O povo Nuer citado, desenvolve sua noção de tempo em função das atividades naturais, bem como outros povos, como os maias, que criam suas próprias formas de enxergar a passagem do tempo. Em contrapartida, em diversos lugares noções de tempo como a greco-romana foram impostas por mecanismos de dominação e aculturação. 

d) A temporalidade é determinada por fatores naturais, daí sua similaridade em diferentes sociedades.

Incorreto. Se a temporalidade fosse determinada por fatores naturais, todas as sociedades existentes e que já existiram teriam a mesma noção de temporalidade, pois seria um fator natural, inata a todos nós, o que não se configura, visto que há registros de sociedades com noções de temporalidades distintas. 

e) Temporalidade é uma noção a-histórica sendo, portanto, semelhante em sociedades tradicionalistas.

Incorreto. Cada cultura tem a sua forma de estabelecer a temporalidade, mesmo que a globalização tenha uniformizado esse aspecto em vários países, como, por exemplo, nossa cultura adota o calendário cristão, com uma noção linear de tempo, ou seja, acredita-se em um início e um fim, enquanto sociedades maias, por exemplo, acreditavam no tempo cíclico. Nas sociedades tradicionais, que estão de certa forma, alheias a esse processo de globalização e uniformização, cada uma adota o próprio aspecto temporal. Portanto, essa alternativa está incorreta, visto que afirma que existem similaridades inexistentes entre sociedades específicas. 



Questão 1841

(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.

 

O labirinto da internet

 

Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.

(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).

 

 

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Questão 1842

(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:

I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.

II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.

 

 

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Questão 1854

(UEL - 2010) 

FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.

(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)

Considere o trecho:

“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.

As palavras grifadas são

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Questão 1859

(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,

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