Questão 47898

(ENEM PPL - 2019)

Menino de cidade — Papai, você deixa eu ter um cachorro no meu sítio? — Deixo. — E um porquinhoda-índia? E ariranha? E macaco e quatro cabritos? E duzentos e vinte pombas? E um boi? E vaca? E rinoceronte? — Rinoceronte não pode. — Tá bem, mas cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno no estado do Rio sem maiores perspectivas imediatas. Mas o garoto precisa acreditar no sítio como outras pessoas precisam acreditar no céu. O céu dele é exatamente o da festa folclórica, a bicharada toda e ele, que nasceu no Rio e vive nesta cidade sem animais.

CAMPOS, P. M. Balé do pato e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1988.

 

Nessa crônica, a repetição de estruturas sintáticas, além de fazer o texto progredir, ainda contribui para a construção de seu sentido,

A

demarcando o diálogo desenvolvido entre o pai e o menino criado na cidade. 

B

opondo a cidade sem animais a um sítio habitado por várias espécies diferentes. 

C

revelando a ansiedade do menino em relação aos bichos que poderia ter em seu sítio. 

D

pondo em foco os animais como temática central da história narrada nessa prosa ficcional. 

E

indicando a falta de ânimo do pai, sem maiores perspectivas futuras em relação ao terreno.

Gabarito:

revelando a ansiedade do menino em relação aos bichos que poderia ter em seu sítio. 



Resolução:

A) Incorreta. Observa-se que a repetição de estruturas sintáticas não demarca o diálogo entre o pai e o filho visto que as respostas do pai são pontuais a algumas perguntas do filho, e não de todas.

B) Incorreta. A repetição de estruturas sintáticas não tem esse objetivo, visto que essa oposição é feita no texto depois, em seu final, onde já não se vê mais a sequência de perguntas.

C) Correta. A repetição de perguntas demonstra a ansiedade do menino em ter um sítio cheio de animais, visto que sempre morou em cidade grande e não teve oportunidade de ver e de ter espaço para tantos animais.

D) Incorreta. Os animais não são o foco do tema do texto, eles, na verdade, são utilizados como introdução a explicação do que significa para o menino o desejo de todos esses animais em seu sítio.

E) Incorreta. Não se pode tirar essa conclusão visto que a fala do pai aparece duas vezes e apenas para confirmar ou não se poderia ter determinados animais no sítio, logo, essa seria uma conclusão precipitada.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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