Questão 48971

(ENEM PPL - 2018) 

Eduardo Galeano

1976

Libertad

Pájaros prohibidos

Los presos políticos uruguayos no pueden hablar sin permiso, silbar, sonreír, cantar, caminar rápido ni saludar a otro preso. Tampoco pueden dibujar ni recibir dibujos de mujeres embarazadas, parejas, mariposas, estrellas ni pájaros.

Didaskó Pérez, maestro de escuela, torturado y preso por tener ideas ideológicas, recibe un domingo la visita de su hija Milay, de cinco años. La hija le trae un dibujo de pájaros. Los censores se lo rompen en la entrada a la cárcel.

El domingo siguiente, Milay le trae un dibujo de árboles. Los árboles no están prohibidos, y el domingo pasa. Didashkó le elogia la obra y le pregunta por los circulitos de colores que aparecen en la copa de los árboles, muchos pequeños círculos entre las ramas:

— ¿Son naranjas? ¿qué frutas son?

La niña lo hace callar:

— Ssssshhhh.

Y en secreto le explica:

— Bobo, ¿no ves que son ojos? Los ojos de los pájaros que te traje a escondidas.

GALEANO, E. Memoria del fuego III. El siglo del viento. Madrid: Siglo Veintiuno de España, 1986.

 

A narrativa desse conto, que tem como pano de fundo a ditadura militar uruguaia, revela a

A

desvinculação social dos presos políticos.

B

condição precária dos presídios uruguaios.

C

perspicácia da criança ao burlar a censura.

D

falta de sensibilidade no trato com as crianças.

E

dificuldade de comunicação entre os presos políticos.

Gabarito:

perspicácia da criança ao burlar a censura.



Resolução:

[C]

a)  Incorreta. Esse aspecto é refutado, no conto, tanto pela possibilidade de contato do preso com a filha, como pela afirmação de que ele é "maestro", professor - indicando duas formas de vínculo com a sociedade que não foram rompidas mesmo com a prisão; 

b)  Incorreta. O foco do conto não são as condições de vida dos presos políticos. Além da menção ao cerceamento de liberdades, não há referências à realidade de infraestrutura e às circunstâncias em que esses presso estavam nas suas clausuras; 

c)  Correta. O gesto de Milay revela que a criança entendeu o motivo da censura e conseguiu uma maneira de expressar aquilo que queria, os pássaros, sem que eles fossem percebidos pelos censores. Isso revela a sensibilidade e astúcia da menina, que burla o aparato repressor; 

d)  Incorreta. A ação de rasgar o desenho não implica num trato especialmente insensível com a criança, mas sim um protocolo esperado na circunstância de censura e controle militar no Uruguai; 

e) Incorreta. Não há a representação de contato, ou da ausência de contato, entre os próprios presos, mas sim como era esse contato com pessoas externas. Esse, portanto, não seria um assunto central revelado. 



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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