(ENEM PPL - 2018)
VIII – agosto
Champandongo
¡Ojalá que a Rosaura la boca se le hiciera chicharrón! Y que nunca hubiera dejado escapar esas repugnantes, malolientes, incoherentes, pestilentes, indecentes y repelentes palabras. En fin, no sabía por qué tenía que pensar en esas cosas tan desagradables en estos momentos que deberían ser para ella los más felices de su vida, ni sabía por qué estaba tan molesta. Y ojalá que ella viviera lo suficiente como para impedir que su hermana llevara a cabo tan nefastas intenciones. Nadie se explicaba este comportamiento, algunos creían que era porque le había afectado profundamente la idea de no volver a tener más hijos. Por lo que fuera, pero tal parecía que la ira dominaba los pensamientos y las acciones de todos en la casa. Tita estaba literalmente “como agua para chocolate”.
ESQUIVEL, L. Como agua para chocolate. Buenos Aires: Debolsillo, 2005.
Laura Esquivel, em sua obra, trata, entre outros temas, dos sentimentos e da natureza humanos. Com base nesse trecho do romance, a expressão como agua para chocolate faz referência
à forte queimadura na boca de Rosaura.
às rudes palavras proferidas pela irmã de Tita.
ao comportamento inexplicável da irmã de Rosaura.
à felicidade da protagonista por ser um dia especial.
ao estado de fúria de Tita desencadeado pela fala de Rosaura.
Gabarito:
ao estado de fúria de Tita desencadeado pela fala de Rosaura.
[E]
a) A queimadura não é literal e não ocorre, é apenas um desejo odioso da irmã;
b) a expressão não alude às palavras, mas sim a seu efeito no espírito de Tita;
c) a epressão não alude ao comportamento de Rosauria, que é, também, justificado por esepculações;
d) a cena descrita não é de felicidade, e sim crescente raiva e angústia diante da fala brutal de Rosauria;
e) Pelo trecho do romance, é possível perceber um progressivo incômodo com a presença e fala de Rousauria. Essa raiva ("ira" que "dominaba los pensamientos y acciones de todos en la casa") é condensada em Tita, a irmã, que encontra na fala da outra um gatilho para ferver em fúria.
*Obs: A questão aborda a expressão, tipicamente mexicana, "como agua para chocolate". Tal expressão faz uma referência à água utilizada para preparar o chocolate quente, que deve estar fervendo, e indica, portanto, um estado de raiva, ou alguma emoção intensa e fervilhante.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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