(ENEM PPL - 2018)
Para os chineses da dinastia Ming, talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres e seguros: acreditava-se por lá, assim como em boa parte do Oriente, que os espíritos malévolos só viajam em linha reta. Em vielas sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações malditas. Qualidades sobrenaturais não são as únicas razões para considerarmos as favelas um modelo urbano viável, merecedor de investimentos infraestruturais em escala maciça. Lugares com conhecidos e sérios problemas, elas podem ser também solução para uma série de desafios das cidades hoje. Contanto que não sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso. As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno e sua história se confunde com a formação do Brasil.
CARVALHO, B. A favela e sua hora. Piauí, n. 67, abr. 2012.
Os enunciados que compõem os textos encadeiam-se por meio de elementos linguísticos que contribuem para construir diferentes relações de sentido. No trecho “Em vielas sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações malditas”, o conector “portanto” estabelece a mesma relação semântica que ocorre em
“[...] talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres e seguros [...].”
“[...] acreditava-se por lá, assim como em boa parte do Oriente [...].”
“[...] elas podem ser também solução para uma série de desafios das cidades hoje.”
"Contanto que não sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso.”
“As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno [...].”
Gabarito:
“As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno [...].”
A questão quer saber em qual das alternativa o conectivo possui a mesma função de portanto na frase: “Em vielas sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações malditas”, ou seja, função de conclusão. Vejamos:
A) INCORRETA: “[...] talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres e seguros [...].” Conectivo destacado: e -> justificativa: Nesse caso, o concetivo tem a função de adicionar um outro adjetivo a favelas cariocas.
B) INCORRETA: “[...] acreditava-se por lá, assim como em boa parte do Oriente [...].” Conectivo destacado: assim -> justificativa: O termo "assim" possui a mesma função de adicionar um outro referente a informação: Acreditava-se tanto lá quanto em boa parte do Oriente.
C) INCORRETA: “[...] elas podem ser também solução para uma série de desafios das cidades hoje.” Conectivo destacado: também -> justificativa: Nesse caso, devemos olhar o período dessa frase no texto: Lugares com conhecidos e sérios problemas, elas podem ser também solução para uma série de desafios das cidades hoje. Assim, podemos notar que o autor caracteriza a favela e depois adiciona outra característica por meio do "também".
D) INCORRETA: "Contanto que não sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso.” Conectivo destacado: contanto -> justificativa: O termo destacado é classificado como conjunção condicional.
E) INCORRETA: “As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno [...].” Conectivo destacado: afinal -> O termo afinal é uma conjunção de conclusiva, mas também poderia substituir o afinal por portanto que teria o mesmo sentido.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
Ver questão
(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
Ver questão