(ENEM/PPL - 2018)
Apesar da grande distância geográfica em relação ao território japonês, os otakus (jovens aficionados em cultura pop japonesa) brasileiros vinculam-se socialmente hoje em eventos e a partir de uma circulação intensa de mangás, animes, games, fanzines, j-music (música pop japonesa). O consumo em escala mundial dos produtos da cultura pop – enfaticamente midiática – produzida no Japão constitui um momento histórico em que se aponta a ambivalência sobre o que significa a produção midiática e cultural quando percebida no próprio país e como a percepção de tal produção se transforma radicalmente nos olhares de consumidores estrangeiros.
GUSHIKEN, Y.; HIRATA, T. Processos de consumo cultural e midiático: imagens dos otakus, do Japão ao mundo. Intercom – RBCC, n. 2, jul.-dez. 2014 (adaptado).
Considerando a relação entre meios de comunicação e formação de identidades tal como é abordada no texto, a noção que explica este fenômeno na atualidade é a de
tribalismo das culturas juvenis.
alienação das novas gerações.
hierarquização das matrizes culturais.
passividade das relações de consumo.
deterioração das referências nacionais.
Gabarito:
tribalismo das culturas juvenis.
a) Correta. Os meios de comunicação vinculam socialmente jovens brasileiros em torno da cultura do Japão, “apesar da grande distância geográfica em relação ao território japonês”: na formação de suas identidades em conjunto, constituem uma “tribo” unida pela expressão cultural em comum. Esse agrupamento pelo elo culturalmente identitário é típico das relações juvenis, que, nesse caso específico, têm como palco eventos de cultura pop japonesa e sua produção midiática em geral — “mangás, animes, games, fanzines, j-music”.
b) Incorreta. A ideia de alienação, como diz respeito à incapacidade de indivíduos pensarem ou agirem por si próprios, não é detectável no texto ou como explicação do fenômeno da “relação entre meios de comunicação e formação de identidades” do caso discutido na questão. A formação de identidades veiculada pela produção midiática japonesa não se trata de um fenômeno em que os jovens são passivos e descolados de suas inclinações pessoais.
c) Incorreta. Em nenhum momento o texto aborda alguma hierarquia na qual se insere cultura japonesa, na base ou no topo, e também não há menção de outras culturais relativamente superiores ou inferiores. Uma hierarquização, sozinha, não explica o elo entre os meios de comunicação e a formação de identidades, dado que as matrizes culturais não são aderidas em função de uma relação vertical.
d) Incorreta. O enfoque do texto não está nas nuances do consumismo atual, mas sim na formação de identidades juvenis mediada pelos meios de comunicação. Ademais, na dinâmica entre meios de comunicação e formação de identidades, os jovens não são passivos.
e) Incorreta. O excerto não apresenta uma perspectiva crítica ou pessimista em relação à adoção de matrizes culturais estrangeiras, tampouco contrapõe esse fato com alguma desvalorização de referências brasileiras.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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