Questão 49570

(ENEM PPL - 2017) 

Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.

Poeta fui de rápido destino
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau de arara.

Quero, por isso, falar com você
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí matando

[...]

Homem comum, igual
a você,
[...]

Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonhos e margaridas.

FERREIRA GULLAR. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).

No poema, ocorre uma aproximação entre a realidade social e o fazer poético, frequente no Modernismo. Nessa aproximação, o eu lírico atribui à poesia um caráter de

A

agregação construtiva e poder de intervenção na ordem instituída.

B

força emotiva e capacidade de preservação da memória social.

C

denúncia retórica e habilidade para sedimentar sonhos e utopias.

D

ampliação do universo cultural e intervenção nos valores humanos.

E

identificação com o discurso masculino e questionamento dos temas líricos.

Gabarito:

agregação construtiva e poder de intervenção na ordem instituída.



Resolução:

A) CORRETA: podemos alcançar essa reposta a partir da análise dos últimos versos, especialmente quando o autor fala que ele é um homem comum, retomando o argumento apresentado no início, e coloca que milhões de homens comuns juntos podem formar uma muralha com os corpos de sonhos e margaridas, ou seja, juntos, é possível mudar a realidade, transformá-la.

B) INCORRETA: não é uma característica própria do Modernismo que suas poesias tenham força emotiva, porque o caráter emotivo da linguagem é algo que foi combatido pelos modernistas para mostrar a vida como ela é.

C) INCORRETA: não podemos dizer que se trata de uma "denúncia retórica", uma vez que o próprio eu lírico fala a necessidade de falar o que ele fala para "apoiar-me em você / oferecer-lhe meu braço / que o tempo é pouco / e o latifúndio está aí matando". Ou seja, ele está falando para mobilizar seu receptor.

D) INCORRETA: não está sendo debatido a ampliação do universo cultural, mas, pelo contrário, o poeta fala rapidamente da poesia e tem uma imagem dela como algo que não comove nem muda o mundo.

E) INCORRETA: não são questionados temas líricos, mas sim os temas comuns. Sabemos disso porque a temática do modernismo é debater sobre o que se via na sociedade daquele momento e questionar. Então o debate é sobre temas corriqueiros.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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