Questão 49744

(ENEM PPL - 2017) 

Querido Sr. Clemens,

Sei que o ofendi porque sua carta, não datada de outro dia, mas que parece ter sido escrita em 5 de julho, foi muito abrupta; eu a li e reli com os olhos turvos de lágrimas. Não usarei meu maravilhoso broche de peixe-anjo se o senhor não quiser; devolverei ao senhor, se assim me for pedido…

OATES, J. C. Descanse em paz. São Paulo: Leya, 2008.

 

Nesse fragmento de carta pessoal, quanto à sequenciação dos eventos, reconhece-se a norma-padrão pelo(a)

A

colocação pronominal em próclise.

B

uso recorrente de marcas de negação.

C

emprego adequado dos tempos verbais.

D

preferência por arcaísmos, como “abrupta” e “turvo”.

E

presença de qualificadores, como “maravilhoso” e “peixe-anjo”.

Gabarito:

emprego adequado dos tempos verbais.



Resolução:

A) INCORRETA: pois a questao fala de uma marca da norma-padrão "quanto à sequenciação dos eventos" e a marcação do próclise pronominal ocorre apenas uma vez durante todo esse trecho, no final ("se assim me for pedido"), o que não nos ajuda a observar a sequência dos elementos da presente carta.

B) INCORRETA: as marcas de negação em um texto não são elementos por si só que marcam a norma-padrão, mas sim quando eles são articulados com alguma estrutura mais formal da língua portuguesa, como é o caso das concessões, possibilidades, contraposições, etc. Nessa carta, foram utilizadas apenas para marcar uma situação oposta ao que se referem.

C) CORRETA: observa-se que ao longo da carta foram utilizados diversos tempos verbais de forma adequada com o intuito narrativo do seu escritor, indo desde o pretérito perfeito, passando pelo particípio, retomando pelo pretérito mais-que-perfeito, retornando ao pretérito e consequentemente indo para o futuro e o infinitivo impessoal.

D) INCORRETA: não podemos afirmar com certitude que os termos "abrupta" e "turvo" são arcaísmos, isso porque eles são bastante utilizados em muitas situações formais, situações de conhecimentos específicos (como é o caso das matérias naturais, que tratam de águas turvas, por exemplo) e em contextos literários recentes, já que há poucas palavras que podem substituir essas.

E) INCORRETA: os qualificadores "maravilhosos" e "peixe-anjo" não diz muito sobre um conhecimento da norma-padrão, mas sim um conhecimento lexical e composicional da língua, devendo ser levado em consideração que maravilhosos é um adjetivo simples corriqueiro na sociedade e peixe-anjo não muito, mas que obecede a formação de substantivos compostos.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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