(UNB - 2013)
Texto I
— Então o senhor recebe dinheiro para ensinar as lições aos outros? disse-me o Policarpo.
— Eu...
— Dê cá a moeda que este seu colega lhe deu! clamou. [...]
Na sala arquejava o terror (...). Creio que o próprio Curvelo enfiara de medo (...). Daí a algum tempo, olhei para ele; ele também olhava para mim, mas desviou a cara, e penso que empalideceu (...). Pode ser até que se arrependesse de nos ter denunciado; e na verdade, por que denunciar-nos? Em que é que lhe tirávamos alguma coisa?
Machado de Assis. Conto de escola. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, v. II, 1992, (com adaptações).
Texto II
A delação premiada é um incentivo dado ao criminoso para que coopere com a investigação de crimes. Muitos criticam esse “prêmio” dado ao delator, sob o argumento de que o criminoso, além de praticar um delito, trai seus comparsas e os delata visando apenas ao seu próprio interesse. Já os defensores acreditam que mais crimes serão descobertos, se houver esse incentivo, e que não deve haver juízo moral sobre essa forma de obtenção de provas.
Para a sociedade fica a questão: o Estado deve valer-se de benefícios concedidos a um criminoso, em sua função de punir outros criminosos, quando há coautoria? Ainda que a delação premiada, quando eficaz, possa permitir a desarticulação de organizações criminosas, não se deve esquecer de que o beneficiado compactuou com os outros criminosos e se beneficiou do crime — esse é o preço a se pagar por tal cooperação. Além disso, se cada coautor, incentivado pelos benefícios da delação, quiser colaborar na identificação de outros comparsas, a Justiça nada ganha.
Thiago Bottino. Prêmio para quem? In: O Globo, 4/11/2012 (com adaptações).
Texto III
Romance XXVIII ou da denúncia de Joaquim Silvério
[...]
Vede como está contente,
pelos horrores escritos,
esse impostor caloteiro
que em tremendos labirintos
prende os homens indefesos
e beija os pés aos ministros!
As terras de que era dono
valiam mais que um ducado.
Com presentes e lisonjas,
arrematava contratos.
E delatar um levante
pode dar lucro bem alto!
Romance XLIV ou da testemunha falsa
[...]
Que importa quanto se diga?
Para livrar-me de algemas,
da sombra do calabouço,
dos escrivães e das penas,
do baraço e do pregão,
a meu pai acusaria.
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1986.
Texto IV
O instituto da delação premiada ocorre quando o indiciado/acusado imputa a autoria do crime a um terceiro, coautor ou partícipe, ou, ainda, quando o sujeito investigado ou processado fornece, de maneira voluntária, às autoridades informações a respeito das práticas delituosas promovidas pelo grupo criminoso. A delação premiada representa, basicamente, um acordo entre o Ministério Público e o acusado, e, quanto mais informação for dada por aquele que delata, maior será o benefício a ele proporcionado.
Marcella Sanguinetti Soares Mendes. A delação premiada com o advento da Lei 9.807/99. Internet: <www.ambitojuridico.com.br> (com adaptações).
Os textos motivadores — de épocas e gêneros distintos — apresentam diferenças significativas no que se refere a elementos estruturais, mas mantêm certas semelhanças, que podem ser atribuídas aos elementos temáticos — denúncia, delação, traição —, que, inter-relacionados, remetem a uma trama, com características recorrentes no que se refere a comportamentos humanos envolvidos na delação, na traição. As ações intentadas trazem, de um lado, frustração, infortúnios, castigos e, de outro, vantagens, benefícios ou, mesmo, prêmios.
Com base nos textos motivadores, redija um texto expositivo-argumentativo a respeito das relações e dos comportamentos envolvidos na delação premiada. Em seu texto, explicite objetivamente sua opinião, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:
Caso apresente argumento, justificativa ou exemplo extraído dos textos motivadores, apresente a necessária referência.
Gabarito:
Resolução:
(Unb 1998) Às 9 h 25 min de 2 de novembro de 1997, foi feito o lançamento do foguete brasileiro VLS-1 (veículo lançador de satélites). Devido a falha na ignição de um dos seus motores, 65 s após o lançamento, o VLS-1 teve de ser destruído, momento em que se encontrava à altura de 3.230 m do solo e desenvolvia uma velocidade de 720 km/h, com inclinação de 25° em relação à horizontal. Até os 25 s de voo, o sistema de controle do foguete conseguiu compensar as 7 toneladas de combustível não-ejetadas que permaneciam intactas no motor inativo, desequilibrando o foguete. A compensação foi feita, movimentando-se as tubeiras - cones que ficam abaixo dos motores dirigindo suas descargas -, ou seja, alterando-se a direção da força exercida pelos motores do foguete. Globo Ciência, fevereiro de 1998, p. 40-3 (com adaptação).
Em relação à situação descrita no texto e referindo-se à figura adiante, todas as afirmativas estão corretas, exceto:
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(UNB 2012) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O circuito elétrico ilustrado acima permite modelar a descarga elétrica produzida por um peixe elétrico. Esse circuito é formado por uma fem ε, um capacitor de capacitância C e uma resistência interna r. A parte externa é representada pelo capacitor ligado a um resistor de resistência R, o qual representa um objeto que eventualmente sofre uma descarga do peixe elétrico. Quando a chave A é fechada, o capacitor carrega-se, se estiver descarregado. Nesse caso, a carga q armazenada no capacitor em função do tempo é dada por
O capacitor, quando está completamente carregado, com a chave A aberta e a chave B fechada, descarrega-se. Nesse caso, a carga q armazenada no capacitor, em função do tempo, é expressa por
Considere que a fem do circuito em questão seja dada pela função V = V(t) = α sen βt + γ, 0 ≤ t ≤ 8, cujo gráfico é ilustrado acima. Nesse caso, o valor de α × β × γ é igual a
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Os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) constituem um grupo de fármacos com capacidade de controlar a inflamação, promover analgesia e combater a hipertermia. Essa classe heterogênea de fármacos inclui, entre outros, o ácido acetilsalicílico (aspirina, ou AAS), antiinflamatório não esteroide mais antigo e mais utilizado na prática médica.
Os efeitos do AAS e de outros AINE devem-se à sua ação inibidora da atividade da enzima ciclogenase, COX, bloqueando, assim, a conversão do ácido araquidônico em precursores de prostaglandinas, Pgs e tromboxano.
A enzima ciclogenase apresenta duas isoformas, COX-1 e COX-2. A COX-1 é expressa continuamente na maioria dos tecidos normais, agindo como protetora da mucosa gastrintestinal. A COX-2 é expressa em níveis muito baixos ou em situações de lesão tecidual.
Dois estudos mostraram que o uso regular do AAS resultou na redução de 40% dos cânceres de estômago em indivíduos infectados com a bactéria Helicobacter pylory no estômago; cânceres de estômago em indivíduos não infectados não foram reduzidos pelo uso do AAS. O consumo de AAS por longos períodos pode induzir, em alguns indivíduos, distúrbios gastrintestinais e complicações cardiovasculares fatais.
(Unb 2012) Considerando o texto, as figuras e o esquema básico de inibição de prostaglandinas, julgue os itens a seguir e assinale as assertivas verdadeiras.
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(UnB-DF)
Na seqüência de reações:
Na2O + H2O → 2 NaOH
H3PO4 + 3 NaOH → Na3PO4 + 3 H2O
Se partirmos de 10 mols de Na2O, obteremos:
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