(UFU - 2019 - 2ª FASE)
Para Gohn (2011), os movimentos sociais devem ser entendidos como ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que motivam modificações e alterações nas diferentes formas de organização de uma população. Blumer (2017), por sua vez, corrobora o entendimento de Gohn, acrescentando que os movimentos sociais são agentes de alterações, mas não somente um produto dessas.
GOHN, M.G. Teorias dos movimentos sociais. Paradigmas clássicos e contemporâneos. 9 ed. São Paulo: Loyola, 2011.
BLUMER, H. GIDDENS A. & SUTTON W. P. Conceitos essenciais da Sociologia. 2 ed. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
A) Discorra sobre a importância dos movimentos feministas para o Brasil atualmente e comente três importantes reivindicações ou bandeiras desses movimentos.
B) Classicamente, observam-se três elementos que um movimento social, para ser estudado, deva ter: projeto, identidade e agente opositor. Comente o que são esses três elementos e como eles se articulam dentro dos movimentos feministas.
Gabarito:
Resolução:
a) O feminismo é um movimento social e político de mulheres e voltado para mulheres que vem obtendo espaço em todo o mundo desde o século XIX. Ao longo dos anos, se tornou um movimento heterogêneo, com diversos ramos e variadas pautas. Segundo os estudiosos da ciência social, a importância dos movimentos feministas está relacionada com os dilemas sobre gênero que a sociedade enfrenta devido a estrutura tradicional vingente desta, que legitimam a opressão das mulheres, e, por isso, buscam a emancipação feminina e justiça para as mulheres. Apesar das vitórias no campo da educação formal e o direito ao voto, três exemplos de reivindicações do movimento são a necessidade de lutas no campo da desigualdade salarial, em direção à igualdade de oportunidades, direitos e tratamentos entre homens e mulheres; dos direitos reprodutivos e sexuais; e a lutra contra violência contra a mulher e toda forma de preconceito e exclusão com relação a elas.
b) O projeto de um movimento social expressa a razão e o objetivo de ele existir, de se organizar para se manter na sociedade, e que, geralmente, expressa algum conflito social como motivo de existência de tal movimento. Por identidade, entende-se as diversas maneiras de ação e posicionamento que os participantes tomam, e as formas de reconhecimento e pertencimento ao grupo. Quanto ao agente opositor, expressa o grupo ou agente que se opõe ao grupo por meio do conflito, problema ou da estrutura social, contra o qual o movimento luta.
O projeto do movimento feminista é a emancipação das mulheres, contra formas de opressão, preconceito e limitações contra elas. Em relação à identidade, centra-se na condição da mulher e nas formas de se identificaram como pertencentes ao gênero feminino. Quanto ao agente opositor, é o machismo ou o patriarcado.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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