(UFU - 2019 - 2ª FASE)
Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2018/06/12/o-capitalismo-em-numeros/>. Acesso: 09 mar. 2019.
Segundo Marx (1988, p.46-47), “a mercadoria é, antes de tudo, um objeto externo, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. O valor de troca aparece, de início, como a relação quantitativa, a proporçã na qual valores de uso de uma espécie se trocam contra valores de uso de outra espécie, uma relação que muda constantemente no tempo e no espaço.”
MARX, K. O capital: crítica da economia política. 3.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. (Adaptado)
A transcrição acima é o início de uma das obras mais conhecidas de Marx, na qual ele tem por objetivo explicar o modo de funcionamento, a estrutura social e a história do regime capitalista.
A) Com base na Teoria de Marx, explique a função da mercadoria, seu valor de uso e seu valor de troca dentro do funcionamento do capitalismo.
B) Considerando-se a charge, discorra sobre duas questões do capitalismo nas relações ambientais que motivariam a criação de Latuff e, na sequência, relacione-as ao debate marxista.
Gabarito:
Resolução:
a) A teoria de Marx explica a função da mercadoria e o seu valor de uso e troca dentro do capitalismo por meio do conceito de fetichismo. Para Marx, a alienação causa nos trabalhadores um vazio existencial devido a forma como interagem com o trabalho que tende a ser preenchido pelo consumo. O “feitiço” (fetiche) provocado pela mercadoria parece devolver ao indivíduo a essência perdida e, assim, as pessoas passam a se identificarem e interagirem pelos produtos que consomem. A partir disso lhe é atribuído valores e significações, como o valor de uso e valor de troca. O primeiro, constitui a utilidade da mercadoria, sua potencialidade ou finalidade de existência. O segundo, é pautado na possibilidade de equiparação de um produto por outro, ou seja, na troca de um determinado produto por certa quantidade de outro. Desse modo, a quantidade de tempo gasto para produzir um produto vai determinar o seu valor de uso ou de troca.
b) A charge expressa a preocupação com o meio ambiente diante de sua exploração no sistema capitalista, pois a lógica do
consumismo e da produção de mercadorias fetichizadas acarreta a destruição da natureza, já que as matérias primas das mercadorias são extraídas inconsequente e irriacionalmente, assim como o seu descarte no meio ambiente. A sociedade do consumo, baseada no consumismo sem limites, que possui como características a concentração urbana, o uso de automóveis a combustão, o uso de terras agricultáveis e de água potável para produção em máxima escala, reproduz ao máximo a lógica capitalista, levando seres humanos a uma condição terrível de existência, tanto pelos estresses causados em cidades poluídas, quanto pelas péssimas condições de trabalho, cada vez mais informalizado, sem regulamentações e terceirizado. Isso suscita a importância da formação de uma consciência ambiental voltada a uma consciência de classe que impeça ais condições extremas capazes de colocar em risco a existência da espécie humana.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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