(UFU - 2018 - 1a FASE)
Considere o seguinte texto do filósofo Heráclito (século VI a.C.).
“Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água, morrer é transformar-se em terra. Da terra, contudo, forma-se a água e da água, a alma”
Heráclito. Fragmentos, extraído de: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor.
Em relação ao excerto acima, podemos afirmar que ele ilustra
a concepção heraclitiana que valoriza a importância do movimento na descrição da realidade.
a concepção dialética do pensamento heraclitiano, segundo a qual o movimento é uma ilusão dos sentidos.
a concepção heraclitiana da realidade, segundo a qual a multiplicidade dos fenômenos subjaz uma realidade única.
o pensamento religioso de Heráclito, segundo o qual a morte é a libertação da alma
Gabarito:
a concepção heraclitiana que valoriza a importância do movimento na descrição da realidade.
a) Correta. a concepção heraclitiana que valoriza a importância do movimento na descrição da realidade.
Heráclito, na teoria do fluxo universal, busca conceber um tipo de harmonia entre os contrários, em que os opostos são unidos numa ordem, uma unidade na multiplicidade. A realidade é uma constante luta de contrários, existindo um eterno movimento que caracteriza a mutabilidade do mundo e das coisas. A unidade do mundo provém dessa guerra, pois, como tudo tem seu oposto, surge um equilíbrio nas coisas. A guerra dos contrários é o fundamento do movimento constante, o "eterno fluxo", que origina a harmonia da realidade. Nada é imóvel e imutável: o fogo, ou seja, a mobilidade e o devir com sua harmonia caracterizam a realidade.
b) Incorreta. a concepção dialética do pensamento heraclitiano, segundo a qual o movimento é uma ilusão dos sentidos.
Essa é a defesa de Zenão.
c) Incorreta. a concepção heraclitiana da realidade, segundo a qual a multiplicidade dos fenômenos subjaz uma realidade única.
A concepção heraclitiana da realidade não concebe uma base de realidade única.
d) Incorreta. o pensamento religioso de Heráclito, segundo o qual a morte é a libertação da alma.
Essa não é a concepção de Heráclito.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
Ver questão
(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
Ver questão
(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
Ver questão
(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
Ver questão