(UFU - 2018 - 2ª FASE)
No século XVIII, Condorcet inventou a matemática social, com a qual pretendia aplicar o cálculo às ciências morais e políticas. No XIX, Comte definiu a Sociologia como física social, Spencer propôs o estudo do comportamento humano como órgão biológico e Durkheim definiu o fato social como coisa. Ao longo desse percurso intelectual, fundava-se a Sociologia como disciplina autônoma.
Esse processo de desenvolvimento da nascente ciência sociológica firmou-se sobre uma matriz do conhecimento positivista. Com base nela,
A) cite e explique três características do positivismo.
B) cite e explique duas relações entre o evolucionismo e o determinismo.
Gabarito:
Resolução:
a) Três características do positivismo é o cientificismo, o organicismo e o evolucionismo. O cientificismo é caracterizado pela crença absoluta na razão humana como meio para se conhecer a realidade e descrevê-la em forma de leis naturais que possam explicar o funcionamento social independentemente das vontades individuais, ao mesmo tempo que a ciência torna-se a única ferramenta necessária e suficiente para estabelecer o progresso da humanidade. O Organicismo descreve a comparação da sociedade como um organismo vivo e biológico composto por partes integradas que funcionam de modo harmonioso, o que garante, assim, a ordem social. O evolucionismo indica a concepção de que as sociedades tendem a uma evolução de modo constante e de maneira seletiva de estágios mais simples para mais complexos.
b) O positivismo é determinista, já que não busca considerar a subjetividade humana como algo a ser observado para análise da realidade social, já que parte da ideia de que os fatos sociais são exteriores aos indivíduos. Dessa forma, o evolucionismo e o determinismo relacionam ideias sobre hierarquização e previsibilidade. A hierarquização descreve uma visão de que certas sociedades são superiores a outras: elas, historicamente, tendem a um processo de evolução, de modo que aquelas caracterizadas pela complexidade, organização e heterogeneidade são vistas como superiores às mais simples, desorganizadas e homogêneas, o que concebe que as sociedades europeias industrializadas são formas mais evoluídas. A previsibilidade se destaca pela direção determinista da história na sociedade.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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