Questão 53903

(UFU - 2019 - 1ª FASE)

Elias (1994, p. 132-135), ao analisar o processo civilizador, questiona: “Por que é mais civilizado comer com garfo?”. Ele discute, por meio de vários argumentos e de relações históricas, o estabelecimento desse padrão social. Ainda, segundo ele, “o padrão social a que o indivíduo fora inicialmente obrigado a se conformar por restrição externa é finalmente reproduzido, mais suavemente ou menos, no seu íntimo através de um autocontrole que opera mesmo contra seus desejos conscientes”.

Considerando-se a posição de Elias, é correto afirmar que

A

as ações individuais são formas fixas de representação da realidade frente à cultura de uma sociedade.

B

os padrões sociais podem não coincidir com os padrões individuais, e o indivíduo muda seu comportamento por meio da cultura estabelecida, a também dita “civilizada”.

C

como os padrões sociais operam externamente aos indivíduos, a relação entre cultura e civilização são opostas e separam o comportamento dos indivíduos.

D

a partir do momento em que o indivíduo passou a comer com o garfo, a cultura civilizada foi estabelecida dentro da Idade Média e se manteve inalterada.

Gabarito:

os padrões sociais podem não coincidir com os padrões individuais, e o indivíduo muda seu comportamento por meio da cultura estabelecida, a também dita “civilizada”.



Resolução:

b) Correta. os padrões sociais podem não coincidir com os padrões individuais, e o indivíduo muda seu comportamento por meio da cultura estabelecida, a também dita “civilizada”.
Como expressa, o texto, apesar dos desejos conscientes do indíviduo, os padrões sociais podem operar contra eles, de modo que o indivíduo muda o seu comportamente conforme a cultura predominante.

 

a) Incorreta. as ações individuais são formas fixas de representação da realidade frente à cultura de uma sociedade.
As ações individuais não são formas fixas que representam uma realidade diante da cultura de uma sociedade, pois pode variar conforme o embate entre os padrões sociais e os desejos individuais.

c) Incorreta. como os padrões sociais operam externamente aos indivíduos, a relação entre cultura e civilização são opostas e separam o comportamento dos indivíduos.
A relação entre cultura e civilização não são opostas.

d) Incorreta. a partir do momento em que o indivíduo passou a comer com o garfo, a cultura civilizada foi estabelecida dentro da Idade Média e se manteve inalterada.
Não há essa compreensão no texto.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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