Questão 53908

(UFU - 2019 - 1ª FASE )

Sócrates buscou verdades absolutas, enquanto os sofistas, por sua vez, afirmaram que a verdade era construída pela linguagem, logo, para eles, todo conhecimento era relativo. “Embora em sua época tenha sido confundido com os sofistas, Sócrates travou uma polêmica profunda com estes filósofos. Ele procurava um fundamento último para as interrogações humanas (O que é o bem? O que é a virtude? O que é a justiça?)”.

COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 284

Com base nas considerações e no excerto acima, diz-se que Sócrates buscava principalmente

A

valores relativos.

B

verdades morais.

C

domínio retórico.

D

ensinar dogmas.

Gabarito:

verdades morais.



Resolução:

b) Correta. verdades morais.
A máxima socrática é identificada pelo aforismo descrito no pórtico de entrada do templo do deus Apolo: conhece-te a ti mesmo. A filosofia socrática busca inclinar a alma para o interior de si mesma, na busca pela verdade.

 

a) Incorreta. valores relativos.
A relativização dos valores é uma prática dos sofistas. Sócrates foi um dos principais opositores do pensamento sofista. Ele tece profundas críticas contra o relativismo sofista, baseado na retórica e no discurso, que objetiva apenas persuadir os seus interlocutores e não o conhecimento da verdade. Ao questionar, Sócrates buscava, no diálogo, que o interlocutor pensasse por si mesmo e desse luz à ideias, as quais, por meio do questionamento, provar-se-iam falsas ou verdadeiras.

c) Incorreta. domínio retórico.
Sócrates não buscava o domínio retórico, mas a expressão da verdade.

d) Incorreta. ensinar dogmas.
Sócrates não busca ensinar dogmas, pois o termo está associado à doxa, opinião.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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