(UFU - 2019 - 1ª FASE ) “A colonização brasileira tomou o aspecto de uma vasta empresa comercial que, apesar de ser mais complexa que o sistema de feitorias, manteve o mesmo caráter que essa, explorando os recursos naturais em proveito do comércio europeu. […] Esse sentido da colonização explicará a formação e a evolução histórica dos trópicos americanos”.
PRADO Júnior, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1962. p. 22-23. (Adaptado)
De acordo com a teoria apresentada, o modelo colonizador implementado no Brasil apresentava as seguintes características, EXCETO,
a proibição da instalação de manufaturas na colônia do Brasil, o que garantia à burguesia mercantil metropolitana a venda de mercadorias produzidas na Europa com altas margens de lucro.
um sistema de agricultura baseado na policultura voltada para a exportação e financiada, sobretudo, por investimentos externos. Esse modelo ajudou a inviabilizar a formação de pequenas e de médias propriedades.
a organização da produção em larga escala, por meio de uma estrutura latifundiária, com uso de mão de obra escrava, sobretudo, de origem africana.
o chamado “exclusivo comercial”, o que garantia aos grandes comerciantes e à coroa portuguesa a apropriação da maior parte da renda gerada na colônia.
Gabarito:
um sistema de agricultura baseado na policultura voltada para a exportação e financiada, sobretudo, por investimentos externos. Esse modelo ajudou a inviabilizar a formação de pequenas e de médias propriedades.
a) Correta. As manufaturas não eram permitidas, de forma que os recursos explorados no Brasil eram todos usados “em proveito do comércio europeu”, como vemos no texto: sem se abastecer por meio de seus próprios produtos manufaturados, à colônia restaria comprá-los da Europa a preços exorbitantes. Esta é uma dinâmica típica de um cenário colonial.
b) Incorreta. O sistema de agricultura do Brasil colonial era baseado na monocultura, no latifúndio, no trabalho escravo, no objetivo de exportação — pilares do plantation. Este é o modelo que inviabiliza o estabelecimento de pequenas e médias propriedades, visto que a monocultura prega a produção em massa de um único produto, para o qual os latifúndios eram voltados. Ademais, o sistema era financiado pela própria metrópole, detentora dos lucros provindos da exploração da colônia.
c) Correta. As unidades produtivas do Brasil colonial se dividiam em latifúndios (grandes porções de terra), onde se produzia sistematicamente e onde nativos e africanos eram escravizados, majoritariamente os segundos.
d) Correta. O “exclusivo comercial” (ou “pacto colonial”) era um “acordo” existente entre a metrópole e a colônia, que estabelecia uma relação comercial unilateral: a colonia era encarregada de abastecer Portugal com seus produtos e, ao mesmo tempo, estava proibida de estabelecer concorrência com a metrópole, produzindo itens para si e/ou vendendo-os a outras nações. Dessa forma, apenas os portugueses se beneficiariam dos empreendimentos no Brasil colonial.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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