Questão 54362

(UFU) A Baixa Idade Média, período que vai do século X ao XV, foi marcada por processos históricos que desencadearam a crise do feudalismo, transformações de hábitos e costumes em relação ao tempo e ao trabalho. A esse respeito, assinale a alternativa INCORRETA.

A

as cruzadas mesclaram interesses de cristianização de povos considerados infiéis e de expulsão de povos bárbaros de importantes regiões e rotas comerciais. A expulsão dos mouros da Península Ibérica fortaleceu as monarquias de Portugal e Espanha, criando condições para que estes se tornassem pioneiros nas grandes navegações.

B

nas cidades, a nascente burguesia aliou-se à Igreja contra o poderio da nobreza feudal, lutando pela centralização do poder e impondo novos valores, como o saber erudito das Universidades, a usura e o trabalho das corporações de ofício responsáveis pela produção em larga escala de artigos manufaturados.

C

na Baixa Idade Média foram construídas grandes catedrais em estilo gótico, mostrando a imponência da Igreja Católica. Por outro lado, proliferam obras que rompiam com dogmas católicos e apresentam visões profanas e laicas sobre o homem.

D

na crise do feudalismo o tempo passou do domínio sagrado para o laico. O tempo cíclico da Igreja, em que predominavam as mudanças naturais e climáticas, deu lugar ao tempo regido pelas necessidades de acumulação de capital pela nascente burguesia, promovendo a disciplina e a rotina semanal de trabalho nas manufaturas.

Gabarito:

nas cidades, a nascente burguesia aliou-se à Igreja contra o poderio da nobreza feudal, lutando pela centralização do poder e impondo novos valores, como o saber erudito das Universidades, a usura e o trabalho das corporações de ofício responsáveis pela produção em larga escala de artigos manufaturados.



Resolução:

a) as cruzadas mesclaram interesses de cristianização de povos considerados infiéis e de expulsão de povos bárbaros de importantes regiões e rotas comerciais. A expulsão dos mouros da Península Ibérica fortaleceu as monarquias de Portugal e Espanha, criando condições para que estes se tornassem pioneiros nas grandes navegações.

Correta. A Reconquista Ibérica foi um dos principais fatores que fomentaram a unificação dos Estados citados, especialmente ao incitar o apoio das múltiplas camadas da sociedade (burguesia, clero e nobreza), a apoiar um poder único e centralizado. 

b) nas cidades, a nascente burguesia aliou-se à Igreja contra o poderio da nobreza feudal, lutando pela centralização do poder e impondo novos valores, como o saber erudito das Universidades, a usura e o trabalho das corporações de ofício responsáveis pela produção em larga escala de artigos manufaturados.

Incorreta. A burguesia era contrária ao clero e à nobreza, e pautava o fim de seus privilégios. Essa camada da população, na verdade, se aliou ao poder real para adquirir condições de aumentar sua imponência.

c) na Baixa Idade Média foram construídas grandes catedrais em estilo gótico, mostrando a imponência da Igreja Católica. Por outro lado, proliferam obras que rompiam com dogmas católicos e apresentam visões profanas e laicas sobre o homem.

Correta. Tais manifestações artísticas são características da Idade Média, algo que desconstrói a ideia de "Idade das trevas", ao se levar em consideração as diversas influências sociais e culturais herdadas desse tempo. 

d) na crise do feudalismo o tempo passou do domínio sagrado para o laico. O tempo cíclico da Igreja, em que predominavam as mudanças naturais e climáticas, deu lugar ao tempo regido pelas necessidades de acumulação de capital pela nascente burguesia, promovendo a disciplina e a rotina semanal de trabalho nas manufaturas.

Correta. Com a intensificação comercial e urbana desse contexto, aumentava o poder da burguesia e sua influência, com isso as monarquias recém formadas buscavam condições para reforçar o apoio da burguesia nascente ao poder absolutista. A institucionalização de dias de trabalho em diferença dos dias de descanso se baseia no ideal cristão, mas traz à tona uma mudança que fez o tempo sob domínio sagrado dar lugar ao tempo regido pelas necessidades de acumulação de capital pela nascente burguesia.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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