(UNISC 2015)
O PERIGO DE UMA ÚNICA HISTÓRIA
Marcos Rolim
Você conhece Chimamanda Ngozi Adichie? Se não conhece, permita que eu a apresente. Chimamanda (38 anos) é uma escritora nigeriana de excepcional qualidade. Seus trabalhos já receberam traduções em mais de 30 idiomas e três dos seus romances (Americanah, Hibisco Roxo e Meio Sol Amarelo) foram lançados no Brasil pela Companhia das Letras. Ela foi uma das convidadas do projeto TED ideas worth spreading, uma iniciativa global de promoção de palestras curtas, não mais que 18 minutos, com pessoas que realmente têm algo importante a dizer. Em 2009, Chimamanda falou no TED sobre Os perigos de uma única história.
O que ela conta é que, ainda criança, lia muitas histórias britânicas e americanas. Por isso, seus textos infantis eram povoados por personagens loiras, que comiam maçãs, brincavam na neve e que se alegravam quando o sol aparecia. Assim, apesar de viver na Nigéria, um lugar onde as pessoas são quase todas negras como ela, onde se come manga e não há surpresas com o sol, os livros haviam produzido uma realidade imaginária na criança, mais forte que seu próprio mundo. Chimamanda conclui que isto demonstra o quanto somos vulneráveis a uma história.
Quando ela encontrou os primeiros romances africanos, percebeu que pessoas com a pele cor de chocolate e com cabelos que não permitiam formar rabos-de-cavalo também poderiam ser personagens literários. Os autores africanos, diz ela, a salvaram de ter uma única história sobre a literatura. Chimamanda conta que nasceu em uma família de classe média e que havia uma empregada doméstica na casa de seus pais. E também um menino de nome Fide, o filho da empregada. Só o que lhe disseram sobre Fide é que ele era muito pobre e que era preciso mandar roupas e alimentos para sua família.
Aos oito anos, Chimamanda acompanhou sua mãe em uma visita à aldeia próxima onde Fide morava. Então, a mãe do menino mostrou uma linda peça de artesanato, feita pelo irmão de Fide. O fato impressionou Chimamanda, porque ela nunca poderia imaginar que alguém em uma família tão pobre pudesse criar algo. A única história que havia ouvido a respeito deles a impedia de vê-los para além da pobreza. Aos 19 anos, ela voltou a pensar sobre isso quando foi estudar nos EUA. A colega de quarto dela, uma americana, ficou chocada quando percebeu que Chimamanda tinha um inglês perfeito e quis saber onde ela tinha aprendido. A moça ficou surpresa ao ser informada que o inglês é o idioma oficial da Nigéria. Então, perguntou se Chimamanda poderia lhe mostrar uma “música tribal”, ficando desapontada quando ela disse que curtia Mariah Carey. A americana também presumiu que Chimamanda não saberia como usar o fogão. Antes de conhecê-la, ela sentia pena da “pobre nigeriana”, porque tinha uma única história sobre a África. Nesta única história, não havia a possibilidade de uma africana ser, em muitas coisas, bem parecida com uma americana.
A palestra é genial e espero ter despertado sua curiosidade para assisti-la. O tema se presta a uma reflexão sobre a realidade brasileira. Até que ponto não estamos todos superlotados de histórias únicas? Até que ponto a dignidade das pessoas não tem sido subtraída pela repetição insistente de estereótipos? Pensem, por exemplo, nos contenciosos políticos em curso e nos seus principais protagonistas. Quantas histórias temos de cada um deles? Quantas, além da única que nos contaram? Agora lancem um olhar sobre grupos humanos específicos como, por exemplo, os nordestinos, ou os presos, ou os homossexuais, ou os índios. Quantas são as histórias que nos foram contadas sobre eles? Não seriam as pessoas destes grupos tão diferentes entre si quanto são todas as demais não inseridas em grupo algum? Os significados que portamos a respeito destes e de outros grupos não são exatamente aqueles que nos têm sido oferecidos pela mídia? Não seria esta a forma mais efetiva e radical do exercício do poder nas sociedades contemporâneas? Regrar o mundo deacordo com o que penso dele, de tal forma que os demais imaginem que as noções que compartilham são de fato suas e não exatamente aquelas que eu produzi. Não seria este, afinal, o crime perfeito?
A forma diferente de iniciar o texto, fugindo de uma tradicional introdução,
I – produz certa dificuldade para compreender sobre o que aborda o texto.
II – utiliza o exemplo específico como estratégia para a leitura, levando o leitor a conhecer melhor esse assunto e suas implicações.
III – enfraquece a força argumentativa, uma vez que se constrói a partir de um caso que não é emblemático, tampouco pode ser usado como generalização ou de forma paradigmática.
IV – demonstra claramente o risco de utilização de estrangeirismos, numa descaracterização da língua pátria, criando dificuldade de compreensão no parágrafo.
Assinale a alternativa que avalia corretamente as afirmativas.
I, III e IV estão corretas.
I, II e III estão corretas.
I, III e IV estão incorretas.
I, II e IV estão incorretas.
I, II, III e IV estão incorretas.
Gabarito:
I, III e IV estão incorretas.
I- incorreta / a linguagem é clara e a indrodução do texto com a apresentação da autora é uma forma de contextualizar o leitor - o que instiga e facilita a leitura.
II- correta / a exemplificação trazida pelo autor levanta as reflexões que ele gostaria de abordar
III- incorreta / a estratégia utilizada fortalece a argumentação, pois o raciocínio se torna mais concreto ao fazer a contextualização
IV- incorreta / embora ele use alguns estrangeirismos, como "TED ideas worth spreading", isso não dificulta a leitura, pois, ainda que o leitor não saiba o que quer dizer, não são palavras importantes para a compreensão do texto.
(UNISC - 2012)
Most people can remember a phone number for up to thirty seconds. When this short amount of time elapses, however, the numbers are erased from the memory. How did the information get there in the first place? Information that makes its way to the short term memory (STM) does so via the sensory storage area. The brain has a filter which only allows stimuli that is of immediate interest to pass on to the STM, also known as the working memory.
There is much debate about the capacity and duration of the short term memory. The most accepted theory comes from George A. Miller, a cognitive psychologist who suggested that humans can remember approximately seven chunks of information. A chunk is defined as a meaningful unit of information, such as a word or name rather than just a letter or number. Modern theorists suggest that one can increase the capacity of the short term memory by chunking, or classifying similar information together. By organizing information, one can optimize the STM, and improve the chances of a memory being passed on to long term storage.
When making a conscious effort to memorize something, such as information for an exam, many people engage in ‘‘rote rehearsal’’. By repeating something over and over again, 2one is able to keep a memory alive. Unfortunately, this type of memory maintenance only succeeds if there are no interruptions. As soon as a person stops rehearsing the information, it has the tendency to disappear. When a pen and paper are not handy, people often attempt to remember a phone number by repeating it aloud. If the doorbell rings or the dog barks to come in before a person has the opportunity to make a phone call, he will likely forget the number instantly. 3Therefore, rote rehearsal is not an efficient way to pass information from the short term to long term memory. A better way is to practice ‘‘1elaborate rehearsal’’. This involves assigning semantic meaning to a piece of information so that it can be filed along with other pre-existing long term memories.
Encoding information semantically also makes it more retrievable. Retrieving information can be done by recognition or recall. Humans can easily recall memories that are stored in the long term memory and used often; however, if a memory seems to be forgotten, it may eventually be retrieved by prompting. The more cues a person is given (such as pictures), the more likely a memory can be retrieved. This is why multiple choice tests are often used for subjects that require a lot of memorization.
Fonte: http://www.englishclub.com/esl-exams/ets-toefl-practice-reading.htm (Adaptado)
The word one in paragraph 3 (ref. 2) refers to
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(Unisc 2016) Uma pessoa não consegue ver os objetos com nitidez porque suas imagens se formam entre o cristalino e a retina. Qual é o defeito de visão desta pessoa e como podemos corrigi-lo?
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(UNISC - 2012)
A sequência de reações:
X NaHCO3 →Y + CO2 + H2O
CO2 + Ba(OH)2 → Z + H2O
Ficará correta se X, Y e Z forem substituídos, respectivamente, por:
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(Unisc 2016) Dentre um grupo formado por 2 Engenheiros e 4 Matemáticos, três pessoas são escolhidas ao acaso. A probabilidade de que sejam escolhidos um Engenheiro e dois Matemáticos é de
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