(Ufsm 2000)
TEXTO I
APRENDENDO COM O PRIMATA
Atual e instigante a reportagem "A outra face do macaco" (número 10, ano 12). O comportamento animal contribui para a compreensão do problema da violência premeditada entre os humanos. E pode também indicar possíveis soluções.
(Édison Miguel - Goiânia, GO)
TEXTO II
O MACACO NÃO ESTÁ CERTO
Fiquei muito impressionada com a violência e a rivalidade que existe entre as tribos de macacos. Sempre tive outra imagem dos primatas. Para mim eles eram animais pacíficos e inteligentes, mas agora percebo que se parecem mesmo com os humanos.
(Elaine Gomes - Santa Maria, RS)
TEXTO III
O HOMEM É BEM PIOR
Comparar o instinto violento do chimpanzé com o do homem é algo cômico. Os humanos já nascem com a mente voltada para as guerras e são infinitamente mais ferozes.
(José Reinaldo Coniutti - Cuiabá, MT)
DEZEMBRO, 1998 - SUPER
Assinale a alternativa que contém informações em DESACORDO com o conteúdo das cartas.
Para o leitor de Goiânia, a informação recebida foi positiva, pois o exemplo do macaco levou-o a refletir sobre fatores inerentes à violência humana.
Para a leitora de Santa Maria, a reportagem serviu para ratificar os esquemas mentais adquiridos até então.
Para o leitor de Cuiabá, a informação veiculada pela reportagem não foi capaz de modificar suas ideias preconcebidas de que, na comparação entre o homem e o chimpanzé, o animal racional é o que age com maior irracionalidade.
O leitor de Goiânia utilizou adjetivos com valor positivo para avaliar a reportagem contida na revista "Superinteressante".
No último período de sua carta, a leitora Elaine Gomes fez uso de uma conjunção com valor de oposição ao que tinha sido afirmado anteriormente.
Gabarito:
Para a leitora de Santa Maria, a reportagem serviu para ratificar os esquemas mentais adquiridos até então.
Na letra [B], temos a ideia de que a reportagem sobre os primatas, para a leitora de Santa Maria, serviu para confirmar ("ratificar") conhecimentos ("esquemas mentais") que ela tinha até então. Como vemos na sua carta, o que acontece é o contrário: a reportagem muda sua perspectiva sobre os primatas, ao mostrar um lado violento que ela desconhecia. O papel do texto jornalístico, enfim, não é de ratificação e sim alteração da perspectiva de Elaine Gomes.
(UFSM - 2012)
[...] a capoeira, a guardiã do jogo, da 7brincadeira, do 1faz de conta que 8luta, mas joga com 3o outro, que simula um 9golpe e tira 4o outro para dançar e que tem uma vinculação 5étnica e racial com o percurso e o lugar da 2negritude em nosso país, acabou, em algumas 6escolas, ensinada sob o 10controle da 11esportivização, com regras e pontuações.
Fonte: Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, Volume 1, 2008, p.231.
Qual alternativa apresenta uma análise correta sobre o conteúdo ou a organização linguística do fragmento?
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(Ufsm 2015)
Os hábitos alimentares estão entre os principais traços culturais de um povo. Era de se esperar, portanto, que houvesse alguma menção sobre o assunto no primeiro contato entre os portugueses e os nativos, conforme relatado na Carta de Pero Vaz de Caminha. De fato, Caminha escreve a respeito da reação de dois jovens nativos que foram ate a caravela de Cabral e que experimentaram alimentos oferecidos pelos portugueses:
Deram-lhe[s] de comer: pão e peixe cozido, confeitos, bolos, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada de tudo aquilo. E se provavam alguma coisa, logo a cuspiam com nojo. Trouxeram-lhes vinho numa taça, mas apenas haviam provado o sabor, imediatamente demonstraram não gostar e não mais quiseram. Trouxeram-lhes água num jarro. Não beberam. Apenas bochechavam, lavando as bocas, e logo lançavam fora.
Fonte: CASTRO, Silvio (org.) A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p.93.
A partir da leitura do fragmento, são feitas as seguintes afirmativas:
I. No fragmento, ao dar destaque as reações dos nativos frente à comida e a bebida oferecidas,Caminha registra o comportamento diferenciado deles quanto aos itens básicos da alimentação de um europeu.
II. No fragmento, percebe-se a antipatia de Caminha pelos nativos, o que se confirma na leitura do restante da carta quanto a outros aspectos dos indígenas, como sua aparência física.
III. O predomínio de verbos de ação, numa sequência de eventos interligados cronologicamente, confere um teor narrativo ao texto.
Está(ão) correta(s)
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(UFSM/RS - 2014)
A Carta de Pero Vaz de Caminha é o primeiro relato sobre a terra que viria a ser chamada de Brasil. Ali, percebe-se não apenas a curiosidade do europeu pelo nativo, mas também seu pasmo diante da exuberância da natureza da nova terra, que, hoje em dia, já se encontra degradada em muitos dos locais avistados por Caminha.
Tendo isso em vista, leia o fragmento a seguir.
"Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque a estender d’olhos não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.
Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem o vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. As águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem."
CASTRO, Sílvio (org.). A Carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 115-6.
Esse fragmento apresenta-se como um texto:
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(Ufsm 2015)
Em 2014, o jesuíta José de Anchieta foi canonizado pelo Papa Francisco I, tornando-se o terceiro santo brasileiro. Muito embora tenha nascido nas Ilhas Canárias, Anchieta ficou conhecido como o “Apóstolo do Brasil”, legando-nos importantes textos, os quais dão a tônica da função da literatura no início do período colonial brasileiro. Entre seus poemas, destaca-se “A Santa Inês”. No poema, nota-se o emprego figurativo e religioso do mais básico dos alimentos da época: o pão.
A Santa Inês
Na Vinda de sua Imagem
Cordeirinha linda,
Como folga o povo
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo!
[...]
Também padeirinha
Sois de nosso povo,
Pois, com vossa vinda,
Lhe dais trigo novo.
Não é de 1Alentejo
Este vosso trigo,
Mas Jesus amigo
E vosso desejo.
[....]
O pão que amassastes
Dentro em vosso peito,
É o amor perfeito
Com que a Deus amastes.
Deste vos fartastes,
Deste dais ao povo,
Porque deixe o velho
Pelo trigo novo.
[...]
Glossário
1Alentejo: região de Portugal.
Composto de versos de ________ sílabas métricas, “A Santa Inês” celebra a chegada da imagem da santa a um povoado. Para homenageá-la, o eu lírico chama-lhe de “padeirinha”, pois traria um “trigo novo” para “alimentar” o povo: o exemplo do amor a Cristo. Esse uso figurativo da linguagem caracteriza uma _______________.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas.
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