As alternativas a seguir indicam aspectos do conceito de Violência Simbólica de Pierre Bourdieu, à exceção de uma. Assinale-a.
A cultura da escola corresponde à cultura das classes dominantes.
As diferenças nos resultados escolares tendem a ser vistos como diferenças de capacidade.
A presença de “herdeiros” na escola, com aptidões culturais e linguísticas “naturais”.
Na avaliação dos alunos é exigida apenas o conhecimento sobre o conteúdo.
A cultura legítima da escola está distante da cultura de origem do aluno.
Gabarito:
Na avaliação dos alunos é exigida apenas o conhecimento sobre o conteúdo.
Para resolver a questão, precisamos primeiro conceituar violência simbólica, que se refere a um conceito social elaborado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, o qual aborda uma forma de violência exercida pelo corpo sem coação física, causando danos morais e psicológicos. Nesse sentido, considerando que a questão pede pela exceção, ou seja, a alternativa que não apresenta uma violência simbólica:
A) Incorreta. A cultura da escola realmente corresponde á cultura das classes dominantes, pois o capitalismo depende da reprodução de suas práticas econômicas para manter a sua ideologia. Nesse sentido, a escola se mostra como um bom canal para a propagação de sua ideologia, visto que todos devem passar pela escolarização, configurando assim, como violência simbólica.
B) Incorreta. De fato, diferentes desempenhos tendem a ter tratamento diferente para com os alunos e avaliações sobre os alunos com relação à sua capacidade, o que, obviamente, evidencia uma violência simbólica.
C) Incorreta. Tal ato se mostra como uma violência simbólica uma vez que atribuir uma "aptidão natural" a determinados alunos cria no imaginário de outra criança que não foi contemplada com o elogio que ela não nasceu com nenhum dom e, por isso, é menos especial que os outros.
D) Correta. Uma vez que se exige apenas o conhecimento do conteúdo, você coloca todos os alunos no mesmo patamar de que basta-lhes estudar e aprender o conteúdo.
E) Incorreta. De fato, as escolas, ainda mais se considerarmos as escolas públicas, no contexto brasileiro, apresentam uma forma de abordagem e de ensino totalmente distantes dos alunos, o que deslegitima e dificulta seu aprendizado, configurando, portanto, uma violência simbólica.
(FGV - 2005)
Assinale a alternativa correta a respeito da frase "Toninho não era muito caprichoso. Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu".
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(FGV - 2008)
No plural, a frase - Imposto direto sobre o contracheque era coisa, salvo engano, inexistente. - assume a seguinte forma:
Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.
Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997.
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(FGV - 2008)
Assinale a alternativa em que a mudança da posição do adjetivo no texto altera o sentido da frase.
ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS?
O nosso "complexo de vira-lata" tem múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira mostra um pouco mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em "excesso de demanda" "retorno da inflação" e pedindo medidas de contenção.
O IBGE divulgou as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que a economia está pegando ritmo. O crescimento foi significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.(...)
A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor serviços, o segmento que está "bombando" é o de intermediação financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos e das instituições financeiras.
Não obstante, os porta-vozes da bufunfa financeira, pelo menos alguns deles, parecem razoavelmente inquietos. Há razões para esse medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro que o governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria (parafraseando uma outra máxima trivializada pela repetição): "O preço da estabilidade é a eterna vigilância".
Entretanto, a estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego.
A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional.
O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes. O Brasil apenas começou a tomar um certo impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.
(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)
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