Questão 58426

(FGV) Do ponto de vista da política econômica, o governo Dutra se iniciou seguindo um modelo liberal. A intervenção estatal foi condenada [e] passou-se a acreditar que o desenvolvimento econômico do país e o fim da inflação gerada nos últimos anos da guerra dependiam da liberdade dos mercados em geral e principalmente da livre importação de bens. [...] em junho de 1947, o governo mudou de orientação, estabelecendo um sistema de licenças para importar. Na prática, o critério de licenças favorecia a importação de itens essenciais, como equipamentos, maquinaria e combustíveis, e restringiu a importação de bens de consumo.

Boris, Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995, p.403.

De acordo com a leitura do texto, podemos concluir que:

A

Dutra iniciou seu governo com uma orientação econômica intervencionista, mas, a partir de 1947, adotou uma política liberal, que proibia as importações de bens de capital e de consumo.

B

houve uma mudança na orientação econômica do governo Dutra a partir de 1947, no sentido de permitir a importação de bens de capital e restringir a entrada de bens de consumo.

C

o governo Dutra, ainda sob o impacto do Estado Novo getulista, adotou uma política econômica intervencionista que se acentuou, a partir de 1947, com medidas restritivas à importação de bens de capital no Brasil.

D

a orientação liberal da política econômica do governo Dutra acarretou a desindustrialização do país, processo intensificado com a política intervencionista adotada a partir de 1947.

E

a adoção de uma política econômica liberal foi a plataforma pela qual a UDN conseguiu chegar ao poder, com Dutra. A mudança para uma linha intervencionista marcou a reaproximação de Dutra com Getúlio e o rompimento com a UDN.

Gabarito:

houve uma mudança na orientação econômica do governo Dutra a partir de 1947, no sentido de permitir a importação de bens de capital e restringir a entrada de bens de consumo.



Resolução:

a) Dutra iniciou seu governo com uma orientação econômica intervencionista, mas, a partir de 1947, adotou uma política liberal, que proibia as importações de bens de capital e de consumo.

Incorreta.  Dutra iniciou seu governo com uma orientação econômica liberal. 

 

b) houve uma mudança na orientação econômica do governo Dutra a partir de 1947, no sentido de permitir a importação de bens de capital e restringir a entrada de bens de consumo.

Correta.  A questão aborda as duas primeiras fases do governo Dutra no plano econômico, sendo que inicialmente houve uma incorporação das diretrizes liberais de modo mais efetivo, com permissão das importações de modo quase indiscriminado, e posteriormente, um tipo de liberalismo mais seletivo, com restrições à importação de bens de consumo não essenciais. A questão não chega trilhar as diretrizes sobre o que seria uma terceira fase, correspondente à volta do intervencionismo com o Plano Salte, em 1949.

 

c) o governo Dutra, ainda sob o impacto do Estado Novo getulista, adotou uma política econômica intervencionista que se acentuou, a partir de 1947, com medidas restritivas à importação de bens de capital no Brasil.

Incorreta.  A diretriz primordial do Governo Dutra foi o liberalismo de mercado, com, no máximo, regulação do Estado - como no caso das políticas de licença para importação e exportação. 

 

d) a orientação liberal da política econômica do governo Dutra acarretou a desindustrialização do país, processo intensificado com a política intervencionista adotada a partir de 1947.

Incorreta.  Na verdade, as medidas citadas envolviam o intuito de incentivar a indústria nacional na importação de bens de consumo. Não houve uma considerável desindustrialização à época. 

 

e) a adoção de uma política econômica liberal foi a plataforma pela qual a UDN conseguiu chegar ao poder, com Dutra. A mudança para uma linha intervencionista marcou a reaproximação de Dutra com Getúlio e o rompimento com a UDN.

Incorreta.  Dutra não rompeu com a UDN. 



Questão 1849

(FGV - 2005)

Assinale a alternativa correta a respeito da frase "Toninho não era muito caprichoso. Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu".

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Questão 1850

(FGV)

Assinale a alternativa gramaticalmente correta.

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Questão 1855

(FGV - 2008)

No plural, a frase - Imposto direto sobre o contracheque era coisa, salvo engano, inexistente. - assume a seguinte forma:

Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.

Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997.

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Questão 1863

(FGV - 2008)

Assinale a alternativa em que a mudança da posição do adjetivo no texto altera o sentido da frase.

ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS?

O nosso "complexo de vira-lata" tem múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira mostra um pouco mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em "excesso de demanda" "retorno da inflação" e pedindo medidas de contenção.

O IBGE divulgou as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que a economia está pegando ritmo. O crescimento foi significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.(...)

A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor serviços, o segmento que está "bombando" é o de intermediação financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos e das instituições financeiras.

Não obstante, os porta-vozes da bufunfa financeira, pelo menos alguns deles, parecem razoavelmente inquietos. Há razões para esse medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro que o governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria (parafraseando uma outra máxima trivializada pela repetição): "O preço da estabilidade é a eterna vigilância".

Entretanto, a estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego.

A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional.

O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes. O Brasil apenas começou a tomar um certo impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.

(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)

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