(UNICAMP - 2021 - 1ª fase)
Em uma entrevista, a escritora nigeriana Ayobami Adebayo refletiu sobre os personagens principais (Yejide e Akin) e o contexto sociopolítico de seu romance Stay With Me.
While writing, I also started thinking about the middle class in Nigeria. When Yejide visits her mother-in-law, there’s a very low fence in front of their house. It’s barely a fence. When Yejide and Akin build their own house in the early nineties, they erect a fence that’s higher than the house. You can’t see inside. That was something I observed about architecture in Nigeria—that at some point, probably in the eighties and nineties, when things became quite turbulent and there was all of this insecurity, one of the ways the people who could afford to insulate themselves against what was going on did was to build higher fences, to use money as a shield in a sense. I wanted that political turbulence to play in the background.
(Adaptado de https://www.theparisreview.org/blog/2017/08/08/great-expectations -interview-ayobami-adebayo/. Acessado em 21/07/2020.)
Segundo a autora, as casas e as cercas na Nigéria representam
o poder aquisitivo da classe média e sua tentativa de se distanciar da realidade política.
a desigualdade social e seus impactos para a turbulência política enfatizada no romance.
a tentativa da classe média de exercer um impacto na realidade política nos anos 1980 e 1990.
a violência e a corrupção dos anos 1980 e 1990 e seus impactos nos personagens do romance.
Gabarito:
o poder aquisitivo da classe média e sua tentativa de se distanciar da realidade política.
a) CORRETA, uma vez que a autora diz que por volta dos anos 80 e 90, quando a insegurança começou a afetar mais a população, uma forma que eles tinham de se isolar disso era construindo muros mais altos, se escondendo atrás do dinheiro. Isso está explicito no trecho: “one of the ways the people who could afford to insulate themselves against what was going on did was to build higher fences, to use money as a shield in a sense.” (Uma das formas que as pessoas podiam pagar para se isolar contra o que estava ocorrendo fizeram foi construir muros mais altos, usar o dinheiro como um escudo nesse sentido).
b) INCORRETA, pois a desigualdade social e seus impactos foram um dos motivos que levaram as pessoas a construir cercas mais altas, não o que elas representavam.
c) INCORRETA, uma vez que o texto fala que as pessoas construíam muros mais altos para se isolar das turbulências, não para as confrontar.
d) INCORRETA, pois as cercas não representam a violência, elas são uma consequência desta, na verdade.
(Unicamp 2016)
Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.
(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)
Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:
Ver questão
(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)
É possível fazer educação de qualidade sem escola
É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).
Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.
O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”
Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.
Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro” biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.
Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.
"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala, recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”
Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.
(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)
A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:
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(Unicamp 2016)
Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar
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(Unicamp 2015)
Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.
Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.
Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.
Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.
Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.
Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.
Podemos afirmar que:
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