Questão 59261

(UNICAMP - 2021 - 1ª Fase)

A remoção de sulfeto de hidrogênio presente em amostras de biogás é essencial, já que ele é altamente corrosivo para tubulações metálicas. A queima desse H2S também é muito prejudicial ao meio ambiente, pois leva à formação de dióxido de enxofre. Um estudo de 2014 sugere que a remoção do H2S pode ser realizada pelo uso de esponjas de óxido de ferro, que reage com esse gás, mas pode ser regenerado. Segundo o estudo, no dispositivo utilizado, 1,00 kg de óxido de ferro foi capaz de remover entre 0,200 e 0,716 kg de sulfeto de hidrogênio. Considere que apenas a reação abaixo equacionada esteja ocorrendo nessa remoção.

Fe2O3(s) + 3 H2S(g) → Fe2S3(s) + 3 H2O(l)

A partir desses dados, pode-se afirmar que, na condição de remoção máxima de sulfeto de hidrogênio relatada no estudo,

Massas molares (g.mol-1): Fe = 56, H = 1, O = 16 e S = 32.

A

restaram cerca de 33% de óxido de ferro para reagir, tomando por base a estequiometria da equação química fornecida.

B

restaram cerca de 67% de óxido de ferro para reagir, tomando por base a estequiometria da equação química fornecida.

C

foi removida uma quantidade maior de H2S que a prevista pela estequiometria da equação química fornecida.

D

as quantidades reagiram na proporção estequiométrica da equação química fornecida.

Gabarito:

foi removida uma quantidade maior de H2S que a prevista pela estequiometria da equação química fornecida.



Resolução:

► Verificação do balanceamento

O primeiro passo para resolver a questão é verificar o balanceamento da reação. 

A reação Fe2O3(s) + 3 H2S(g) → Fe2S3(s) + 3 H2O(l) está balanceada, então pode-se prosseguir com os cálculos.

► Proporção estequiométrica das espécies importantes para a resolução

A questão relaciona o óxido de ferro (Fe2O3) e o sulfeto de hidrogênio (H2S), por isso, pode-se montar a proporção estequiométrica apenas com essas duas espécies.

A proporção em quantidade de matéria vem da equação balanceada, e é:

1 mol de Fe2O3 : 3 mol de H2S

Para transformar a proporção em quantidade de matéria em proporção em massa, é necessário utilizar a massa molar que pode ser calculada com os dados do exercício.

A massa molar pode ser calculada pela soma das massas molares de cada elemento que forma a respectiva molécula, multiplicado pela atomicidade. Dessa forma:

• massa molar do Fe2O3

MM_{Fe_2O_3} = 2 cdot MM_{Fe} + 3 cdot MM_{O}

MM_{Fe_2O_3} = 2 cdot 56 + 3 cdot 16 = 160g/mol

• massa molar do H2S

MM_{H_2S} = 2 cdot MM_H + MM_S

MM_{H_2S} = 2 cdot 1 + 32 = 34g/mol

Passando a proporção em quantidade de matéria para proporção em massa:

1 mol de Fe2O3 : 3 mol de H2S

160 g de Fe2O3 : 102 g de H2S

► Cálculo da quantidade de H2S que é removida com 1,0kg de Fe2O3, segundo a estequiometria

0,16 kg de Fe2O3 ------- 0,102 kg de H2S

1 kg de Fe2O3 ----------- mH2S

mH2S = 0,638 kg de H2

Como, segundo o enunciado é para considerar a condição de remoção máxima de sulfeto de hidrogênio (0,716 kg removido), essa quantidade é maior do que a prevista pela estequiometria - que foi calculada anteriormente.

Portanto, o gabarito é letra C.



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

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Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

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Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

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Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

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