Questão 59343

(UNICAMP - 2021 - 1ª FASE - 2º dia de aplicação)

A questão da consciência ou autopercepção nacional nas colônias da América tem sido frequentemente tratada de forma desligada do seu contexto político e social. Podemos, todavia, pensar em um sentimento de distinção e diferença, uma falta de identificação com a Europa e uma consciência da realidade colonial que teria existido entre populações mestiças.

(Adaptado de Stuart B Schwartz, “A formação de uma identidade colonial no Brasil”, em Da América Portuguesa ao Brasil. Lisboa: Difel, 2003, p. 218.)

Com base no texto acima sobre a formação da identidade colonial, assinale a alternativa correta.

A

No continente ibero-americano, prevaleceu uma percepção colonial de mestiços distinta daquela das elites coloniais, nascidas ou não nessa região, pois essas elites foram formadas nos cânones universitários coloniais desde o século XVI.

B

Composta por imigrantes vindos da Europa e por seus descendentes brancos nascidos no Brasil, a elite colonial e os mestiços construíam suas identidades calcadas nas tensões sociais e hierarquias sóciopolíticas da realidade colonial.

C

Em função de experiências sociais distintas, a noção de pertencimento era similar entre os sujeitos envolvidos na realidade colonial ibero-americana. Por exemplo, os quilombolas tinham a mesma identidade nacional que os pardos livres.

D

Os brasileiros desenvolveram, desde o período colonial ibero-americano, uma consciência nacional homogênea, porque o modo como eram vistos exteriormente e o modo como se viam influenciavam a compreensão da relação liberal estabelecida entre a colônia e a metrópole.

Gabarito:

Composta por imigrantes vindos da Europa e por seus descendentes brancos nascidos no Brasil, a elite colonial e os mestiços construíam suas identidades calcadas nas tensões sociais e hierarquias sóciopolíticas da realidade colonial.



Resolução:

a) No continente ibero-americano, prevaleceu uma percepção colonial de mestiços distinta daquela das elites coloniais, nascidas ou não nessa região, pois essas elites foram formadas nos cânones universitários coloniais desde o século XVI. 

Incorreta. As elites colonias não foram "formadas nos cânones universitários coloniais” a elite deste período em sua maior parte era formada nas universidades ibéricas. 

b)  Composta por imigrantes vindos da Europa e por seus descendentes brancos nascidos no Brasil, a elite colonial e os mestiços construíam suas identidades calcadas nas tensões sociais e hierarquias sóciopolíticas da realidade colonial. 

Correta. A elite colonial e os mestiços do Brasil construíram noções da identidade nacional e de pertencimento a nação completamente diferentes uma vez que estas ideias são “calcadas nas tensões sociais e hierarquias sóciopolíticas da realidade colonial.”

c) Em função de experiências sociais distintas, a noção de pertencimento era similar entre os sujeitos envolvidos na realidade colonial ibero-americana. Por exemplo, os quilombolas tinham a mesma identidade nacional que os pardos livres. 

Incorreta. A noção de pertencimento entre os sujeitos envolvidos na realidade colonial ibero-americana não era similar, era marcada por distinções acirradas nas tensões sociais e hierarquias sóciopolíticas da realidade colonial. 

d) Os brasileiros desenvolveram, desde o período colonial ibero-americano, uma consciência nacional homogênea, porque o modo como eram vistos exteriormente e o modo como se viam influenciavam a compreensão da relação liberal estabelecida entre a colônia e a metrópole. 

Incorreta. A consciência nacional dos brasileiros não é (e não foi) homogênea. 



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

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Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

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Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

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Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

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