Questão 61736

(FGV - 2007) "(...) os domínios [grandes propriedades] foram divididos em pequenas unidades, confiadas a granjeiros, chamados colonos, e o termo 'colonus', que outrora designava o agricultor, ou seja, o camponês proprietário, tendeu a se aplicar exclusivamente ao colono do grande proprietário."

Paul Petit, "A Paz Romana", 1969.

O texto descreve o campo, no mundo romano antigo:

A

No período que se segue à crise do século III d.C., quando a escassez de mão de obra inviabilizou o escravismo.

B

No momento da tentativa, malsucedida, de reforma agrária dos irmãos Caio e Tibério Graco.

C

No início da República, quando Roma foi inundada por enormes contingentes de escravos.

D

No final da conquista da Península Itálica, quando Roma ainda não passava de uma potência regional.

E

No auge do Império, quando o campo passou a produzir gêneros apenas para abastecer Roma.

Gabarito:

No período que se segue à crise do século III d.C., quando a escassez de mão de obra inviabilizou o escravismo.



Resolução:

a) No período que se segue à crise do século III d.C., quando a escassez de mão de obra inviabilizou o escravismo.

Correta.  Pode-se observar que no texto de apoio o autor faz referência à crise do escravismo, ocorrida na Roma Antiga a partir do século III. Esse processo provocou uma ausência na mão-de-obra escrava e o consequente desabastecimento das cidades, e com isso, os grandes proprietários se retiraram para seus domínios rurais. A partir disso, nota-se um movimento em que nas terras dos patrícios, os plebeus passaram a substituir, paulatinamente, o trabalho escravo dando origem ao Colonato, no qual o agricultor produzia para o senhor da terra em troca da tutela de um pedaço de terra menor, onde empenharia uma função voltada à sua subsistência, além de contar com a proteção militar oferecida pelo Senhor - uma relação de exploração de mão-de-obra que marca a passagem do escravismo antigo para o trabalho servil, que passaria a ser predominante nos locais onde viria a se estabelecer o sistema feudal posteriormente, na Idade Média. 

 

b) No momento da tentativa, malsucedida, de reforma agrária dos irmãos Caio e Tibério Graco.

Incorreta.  As reformas dos irmãos Graco envolviam a distribuição de alimentos e a proposta de um limite de tamanho a todas as propriedades romanas, mas tais legislações não chegaram a ser implementadas em Roma. No texto de apoio, nota-se a descrição de um movimento orgânico em que os grandes proprietários (não obrigados pela lei) foram fragmentando a administração de seus territórios. Ou seja, a questão aborda um contexto posterior à ação republicana dos irmãos Graco.

 

c) No início da República, quando Roma foi inundada por enormes contingentes de escravos.

Incorreta.  Como o texto de apoio mensura a implementação de um modelo de mão-de-obra, pode-se observar a necessidade do complemento ou da substituição do trabalho escravo. Logo, o contexto caracterizado pela questão é ligado à crise do escravismo romano, do século III d.C.

 

d) No final da conquista da Península Itálica, quando Roma ainda não passava de uma potência regional.

Incorreta.  Como o texto de apoio mensura a fragmentação de grandes propriedades em unidades produtivas menores, nota-se que ele caracteriza um contexto posterior à República e ao apogeu do Império, quando essas grandes propriedades foram formadas sob o "mérito militar e político" perante as conquistas territoriais romanas. 

 

e) No auge do Império, quando o campo passou a produzir gêneros apenas para abastecer Roma. 

Incorreta.  No contexto de apogeu do Império Romano, o campo abastecia também suas províncias. 



Questão 1849

(FGV - 2005)

Assinale a alternativa correta a respeito da frase "Toninho não era muito caprichoso. Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu".

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Questão 1850

(FGV)

Assinale a alternativa gramaticalmente correta.

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Questão 1855

(FGV - 2008)

No plural, a frase - Imposto direto sobre o contracheque era coisa, salvo engano, inexistente. - assume a seguinte forma:

Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.

Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997.

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Questão 1863

(FGV - 2008)

Assinale a alternativa em que a mudança da posição do adjetivo no texto altera o sentido da frase.

ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS?

O nosso "complexo de vira-lata" tem múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira mostra um pouco mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em "excesso de demanda" "retorno da inflação" e pedindo medidas de contenção.

O IBGE divulgou as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que a economia está pegando ritmo. O crescimento foi significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.(...)

A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor serviços, o segmento que está "bombando" é o de intermediação financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos e das instituições financeiras.

Não obstante, os porta-vozes da bufunfa financeira, pelo menos alguns deles, parecem razoavelmente inquietos. Há razões para esse medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro que o governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria (parafraseando uma outra máxima trivializada pela repetição): "O preço da estabilidade é a eterna vigilância".

Entretanto, a estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego.

A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional.

O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes. O Brasil apenas começou a tomar um certo impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.

(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)

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