(FGV - 2007) "(...) os domínios [grandes propriedades] foram divididos em pequenas unidades, confiadas a granjeiros, chamados colonos, e o termo 'colonus', que outrora designava o agricultor, ou seja, o camponês proprietário, tendeu a se aplicar exclusivamente ao colono do grande proprietário."
Paul Petit, "A Paz Romana", 1969.
O texto descreve o campo, no mundo romano antigo:
No período que se segue à crise do século III d.C., quando a escassez de mão de obra inviabilizou o escravismo.
No momento da tentativa, malsucedida, de reforma agrária dos irmãos Caio e Tibério Graco.
No início da República, quando Roma foi inundada por enormes contingentes de escravos.
No final da conquista da Península Itálica, quando Roma ainda não passava de uma potência regional.
No auge do Império, quando o campo passou a produzir gêneros apenas para abastecer Roma.
Gabarito:
No período que se segue à crise do século III d.C., quando a escassez de mão de obra inviabilizou o escravismo.
a) No período que se segue à crise do século III d.C., quando a escassez de mão de obra inviabilizou o escravismo.
Correta. Pode-se observar que no texto de apoio o autor faz referência à crise do escravismo, ocorrida na Roma Antiga a partir do século III. Esse processo provocou uma ausência na mão-de-obra escrava e o consequente desabastecimento das cidades, e com isso, os grandes proprietários se retiraram para seus domínios rurais. A partir disso, nota-se um movimento em que nas terras dos patrícios, os plebeus passaram a substituir, paulatinamente, o trabalho escravo dando origem ao Colonato, no qual o agricultor produzia para o senhor da terra em troca da tutela de um pedaço de terra menor, onde empenharia uma função voltada à sua subsistência, além de contar com a proteção militar oferecida pelo Senhor - uma relação de exploração de mão-de-obra que marca a passagem do escravismo antigo para o trabalho servil, que passaria a ser predominante nos locais onde viria a se estabelecer o sistema feudal posteriormente, na Idade Média.
b) No momento da tentativa, malsucedida, de reforma agrária dos irmãos Caio e Tibério Graco.
Incorreta. As reformas dos irmãos Graco envolviam a distribuição de alimentos e a proposta de um limite de tamanho a todas as propriedades romanas, mas tais legislações não chegaram a ser implementadas em Roma. No texto de apoio, nota-se a descrição de um movimento orgânico em que os grandes proprietários (não obrigados pela lei) foram fragmentando a administração de seus territórios. Ou seja, a questão aborda um contexto posterior à ação republicana dos irmãos Graco.
c) No início da República, quando Roma foi inundada por enormes contingentes de escravos.
Incorreta. Como o texto de apoio mensura a implementação de um modelo de mão-de-obra, pode-se observar a necessidade do complemento ou da substituição do trabalho escravo. Logo, o contexto caracterizado pela questão é ligado à crise do escravismo romano, do século III d.C.
d) No final da conquista da Península Itálica, quando Roma ainda não passava de uma potência regional.
Incorreta. Como o texto de apoio mensura a fragmentação de grandes propriedades em unidades produtivas menores, nota-se que ele caracteriza um contexto posterior à República e ao apogeu do Império, quando essas grandes propriedades foram formadas sob o "mérito militar e político" perante as conquistas territoriais romanas.
e) No auge do Império, quando o campo passou a produzir gêneros apenas para abastecer Roma.
Incorreta. No contexto de apogeu do Império Romano, o campo abastecia também suas províncias.
(FGV - 2005)
Assinale a alternativa correta a respeito da frase "Toninho não era muito caprichoso. Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu".
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(FGV - 2008)
No plural, a frase - Imposto direto sobre o contracheque era coisa, salvo engano, inexistente. - assume a seguinte forma:
Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.
Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997.
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(FGV - 2008)
Assinale a alternativa em que a mudança da posição do adjetivo no texto altera o sentido da frase.
ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS?
O nosso "complexo de vira-lata" tem múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira mostra um pouco mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em "excesso de demanda" "retorno da inflação" e pedindo medidas de contenção.
O IBGE divulgou as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que a economia está pegando ritmo. O crescimento foi significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.(...)
A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor serviços, o segmento que está "bombando" é o de intermediação financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos e das instituições financeiras.
Não obstante, os porta-vozes da bufunfa financeira, pelo menos alguns deles, parecem razoavelmente inquietos. Há razões para esse medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro que o governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria (parafraseando uma outra máxima trivializada pela repetição): "O preço da estabilidade é a eterna vigilância".
Entretanto, a estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego.
A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional.
O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes. O Brasil apenas começou a tomar um certo impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.
(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)
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