(UFSM - 2014)
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Sociedad | Domingo, 28 de noviembre de 2010
“La comida es cultura”
Matías Bruera es investigador y profesor de
Historia de las Ideas en las universidades de
Buenos Aires y Quilmes. En paralelo, se dedica
a diseñar espacios culturales y gastronómicos.
Se entusiasma con la muestra por el
hecho de estar concebida desde el área de
Industrias Culturales – con todo el significado
que ello tiene – junto con los otros ministerios.
Su objetivo, dice, es pensar la identidad a
partir de la comida. Entre otras publicaciones,
Bruera es autor del libro La Argentina fermentada.
Vino, alimentación y cultura (Editorial
Paidós), donde hace un recorrido por
personajes históricos –entre ellos, Sarmiento,
Martínez de Estrada, Mansilla y Perón – y su
vínculo con la comida. En diálogo con este
diario, explicó el espíritu de la exhibición.
– ¿Por qué pensar la comida como cultura?
– Comer es asimilar el mundo. Imbuirse en él
a través de resonancias sensibles que en la
cotidianidad nos arrojan físicamente a un rico
cúmulo de significados posibles, aunque
estereotipados por la costumbre y la desidia
autorreflexiva sobre los mismos. Todo texto
como toda comida es un horizonte de alusividad,
un reflejo cognitivo que delimita el
perfil de lo reflejado y que no consume, en
tanto conocimiento, el espesor de la materia
que simboliza. Las palabras son el alimento de
la mente, la memoria el apetito, el conocimiento
la comida, el saber su sabor y la
gramática, nuestras recetas. Escribir es como
cocinar, resultado que ofrenda un pensamiento,
enmarcado por el lenguaje o ingredientes,
que combinados rebasan el orden
individual de las ideas o platos. Si bien el
pensamiento nunca ha prestado la suficiente
atención a la comida, todo pensador ha
nutrido alguna parte de su obra del inmemorial
ideario alimentario. La comida es, ante
todo, cultura cuando se produce o crea,
cuando se prepara o transforma y cuando se
consume o elige.
Tenemos que ser conscientes de qué tipo de
sociedades queremos construir y en este
sentido la alimentación es un aspecto providencial
a través del cual poder pensarnos. La
difusión de la cultura culinaria como patrimonio
inmaterial de nuestros pueblos es muy
reveladora, pues resulta un elemento decisivo
de las identidades y uno de los más eficaces
para transmitirlas.
Fonte: Disponível em: http://www.pagina12.com.ar/imprimir/diario/sociedad/3-157662-2010-11-28.html. Acesso em: 04 set. 2014. (adaptado)
As ocorrências do possessivo “su” nas linhas 9, 15 e 40 fazem referência, respectivamente, a
Matías Bruera (ℓ.1) – Perón (ℓ.15) – todo pensador (ℓ.39).
la muestra (ℓ.5) – Perón (ℓ.15) – todo pensador (ℓ.39).
Matías Bruera (ℓ.1) – personajes históricos (ℓ.14) – el pensamiento (ℓ.37-38).
lamuestra (ℓ.5) – personajes históricos (ℓ.14) – todo pensador (ℓ.39).
Matías Bruera (ℓ.1) – Perón (ℓ.15) – el pensamiento (ℓ.37-38).
Gabarito:
lamuestra (ℓ.5) – personajes históricos (ℓ.14) – todo pensador (ℓ.39).
(UFSM - 2012)
[...] a capoeira, a guardiã do jogo, da 7brincadeira, do 1faz de conta que 8luta, mas joga com 3o outro, que simula um 9golpe e tira 4o outro para dançar e que tem uma vinculação 5étnica e racial com o percurso e o lugar da 2negritude em nosso país, acabou, em algumas 6escolas, ensinada sob o 10controle da 11esportivização, com regras e pontuações.
Fonte: Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, Volume 1, 2008, p.231.
Qual alternativa apresenta uma análise correta sobre o conteúdo ou a organização linguística do fragmento?
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(Ufsm 2015)
Os hábitos alimentares estão entre os principais traços culturais de um povo. Era de se esperar, portanto, que houvesse alguma menção sobre o assunto no primeiro contato entre os portugueses e os nativos, conforme relatado na Carta de Pero Vaz de Caminha. De fato, Caminha escreve a respeito da reação de dois jovens nativos que foram ate a caravela de Cabral e que experimentaram alimentos oferecidos pelos portugueses:
Deram-lhe[s] de comer: pão e peixe cozido, confeitos, bolos, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada de tudo aquilo. E se provavam alguma coisa, logo a cuspiam com nojo. Trouxeram-lhes vinho numa taça, mas apenas haviam provado o sabor, imediatamente demonstraram não gostar e não mais quiseram. Trouxeram-lhes água num jarro. Não beberam. Apenas bochechavam, lavando as bocas, e logo lançavam fora.
Fonte: CASTRO, Silvio (org.) A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p.93.
A partir da leitura do fragmento, são feitas as seguintes afirmativas:
I. No fragmento, ao dar destaque as reações dos nativos frente à comida e a bebida oferecidas,Caminha registra o comportamento diferenciado deles quanto aos itens básicos da alimentação de um europeu.
II. No fragmento, percebe-se a antipatia de Caminha pelos nativos, o que se confirma na leitura do restante da carta quanto a outros aspectos dos indígenas, como sua aparência física.
III. O predomínio de verbos de ação, numa sequência de eventos interligados cronologicamente, confere um teor narrativo ao texto.
Está(ão) correta(s)
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(UFSM/RS - 2014)
A Carta de Pero Vaz de Caminha é o primeiro relato sobre a terra que viria a ser chamada de Brasil. Ali, percebe-se não apenas a curiosidade do europeu pelo nativo, mas também seu pasmo diante da exuberância da natureza da nova terra, que, hoje em dia, já se encontra degradada em muitos dos locais avistados por Caminha.
Tendo isso em vista, leia o fragmento a seguir.
"Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque a estender d’olhos não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.
Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem o vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. As águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem."
CASTRO, Sílvio (org.). A Carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 115-6.
Esse fragmento apresenta-se como um texto:
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(Ufsm 2015)
Em 2014, o jesuíta José de Anchieta foi canonizado pelo Papa Francisco I, tornando-se o terceiro santo brasileiro. Muito embora tenha nascido nas Ilhas Canárias, Anchieta ficou conhecido como o “Apóstolo do Brasil”, legando-nos importantes textos, os quais dão a tônica da função da literatura no início do período colonial brasileiro. Entre seus poemas, destaca-se “A Santa Inês”. No poema, nota-se o emprego figurativo e religioso do mais básico dos alimentos da época: o pão.
A Santa Inês
Na Vinda de sua Imagem
Cordeirinha linda,
Como folga o povo
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo!
[...]
Também padeirinha
Sois de nosso povo,
Pois, com vossa vinda,
Lhe dais trigo novo.
Não é de 1Alentejo
Este vosso trigo,
Mas Jesus amigo
E vosso desejo.
[....]
O pão que amassastes
Dentro em vosso peito,
É o amor perfeito
Com que a Deus amastes.
Deste vos fartastes,
Deste dais ao povo,
Porque deixe o velho
Pelo trigo novo.
[...]
Glossário
1Alentejo: região de Portugal.
Composto de versos de ________ sílabas métricas, “A Santa Inês” celebra a chegada da imagem da santa a um povoado. Para homenageá-la, o eu lírico chama-lhe de “padeirinha”, pois traria um “trigo novo” para “alimentar” o povo: o exemplo do amor a Cristo. Esse uso figurativo da linguagem caracteriza uma _______________.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas.
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