(ENEM DIGITAL - 2020)
Sem negar que Deus prevê todos os acontecimentos futuros, entretanto, nós queremos livremente aquilo que queremos. Porque, se o objeto da presciência divina é a nossa vontade, é essa mesma vontade assim prevista que se realizará. Haverá, pois, um ato de vontade livre, já que Deus vê esse ato livre com antecedência.
SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995 (adaptado).
Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho de Hipona (354-430), indica que a liberdade humana apresenta uma
natureza condicionada.
competência absoluta.
aplicação subsidiária.
utilização facultativa.
autonomia irrestrita.
Gabarito:
natureza condicionada.
a) Correta. natureza condicionada.
A questão enfoca a perspectiva agostiniana, posta no O Livre Arbítrio, que Deus tem o conhecimento anterior da vontade humana e de todas as suas escolhas, enfocando o seu atributo de onisciência. Portanto, entende-se que a liberdade humana tenha uma natureza condicionada a partir da vontade, que limita o campo da liberdade humana, objeto da presciência de Deus.
b) Incorreta. competência absoluta.
A liberdade, para Agostinho, não é absoluta, pois ela não compreende um campo infinito de possibilidades, sem limites. O caráter absoluto de algo só compete a Deus, estando a liberdade limitada pela vontade e também a Deus.
c) Incorreta. aplicação subsidiária.
Não há uma natureza auxiliadora ou um reforço quanto à liberdade, e não tem qualquer relação com Agostinho.
d) Incorreta. utilização facultativa.
A liberdade não é facultativa, e não há essa afirmação no texto, pois o homem é livre e responsável, ao mesmo tempo que Deus tem controle e presciência de todas as coisas.
e) Incorreta. autonomia irrestrita.
O ser humano não tem uma autonomia irrestrita, pois não possui um poder absoluto que possa escapar à presciência e onipotência de Deus.
(ENEM DIGITAL - 2020)
Num mundo como o nosso, por um lado marcado pela fluidez do espaço, as questões ligadas à circulação se tornam ainda mais relevantes e, com elas, a situação de um dos componentes mais emblemáticos dos territórios: seus limites. E é aí que surge um dos grandes paradoxos da geografia contemporânea: ao lado da fluidez globalizada aparecem também os fechamentos, as tentativas de controle da circulação de pessoas.
HAESBAERT, R. Da multiterritorialidade aos novos muros: paradoxos da desterritorialização contemporânea. Disponível em: www.posgeo.uff.br. Acesso em: 2 jan. 2013 (adaptado).
O texto aborda um paradoxo marcante do mundo contemporâneo, que consiste na oposição entre
Ver questão
(Enem digital 2020)
Entenda a crise na Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e dois líderes da Crimeia assinaram, em março de 2014, um acordo para tornar a República Autônoma parte da Rússia. O tratado foi assinado dois dias após o povo da Crimeia aprovar em um referendo a separação da Ucrânia e a reunificação com a Rússia. A votação foi condenada por Kiev e pela comunidade internacional, que a considera ilegítima.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 28 out. 2014 (adaptado).
A justificativa para o acordo descrito fundamentava-se na ideia de
Ver questão
(ENEM DIGITAL - 2020)
Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um.
HADOT, P. O que é a filosofia antiga?. São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).
O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)
Ver questão
(ENEM DIGITAL - 2020)
No protestantismo ascético, temos não apenas a clara noção da primazia da ética sobre o mundo, mas também a mitigação dos efeitos da dupla moral judaica (uma moral interna para os irmãos de crença e outra externa para os infiéis). O desafio aqui é o da ética, que quer deixar de ser um ideal eventual e ocasional (que exige dos virtuosos religiosos quase sempre uma “fuga do mundo”, como na prática monástica cristã medieval) para tornar-se efetivamente uma lei prática e cotidiana “dentro do mundo”.
SOUZA, J. A ética protestante e a ideologia do atraso brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 38, out. 1998.
Retomando o pensamento de Max Weber, o texto apresenta a tensão entre positividade éticoreligiosa e esferas mundanas de ação.
Nessa perspectiva, a ética protestante é compreendida como
Ver questão