(UEL 2019)
Leia o texto a seguir.
Por conseguinte, todo homem, ao consentir com outros em formar um único corpo político sob um governo único, assume a obrigação, perante todos os membros dessa sociedade, de submeterse à determinação da maioria e acatar a decisão desta. Do contrário, esse pacto original, pelo qual ele, juntamente com outros, se incorpora a uma sociedade, não teria nenhum significado e não seria pacto algum, caso ele fosse deixado livre e sob nenhum outro vínculo além dos que tinha antes no estado de natureza.
LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo.. Trad. Julio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 470.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de John Locke, assinale a alternativa correta.
O ser humano deve superar o estado de natureza fundando a sociedade civil e o Estado, cedendo seus direitos em prol da paz social.
Os indivíduos, no estado de natureza, são juízes de si mesmos, fundam o Estado para garantir segurança e direitos individuais por meio das leis.
O poder do Estado deve ser absoluto para a garantia dos direitos naturais da humanidade, como a vida, a liberdade e a propriedade.
O pacto ou contrato social é o garantidor das liberdades e direitos, sendo o poder legislativo o menos importante, já que é possível sua revogação por aqueles que participam do poder executivo.
O ser humano se realiza como um ser possuidor de bens, sendo sua posse o que garante tolerância religiosa, livre-iniciativa econômica e liberdade individual.
Gabarito:
Os indivíduos, no estado de natureza, são juízes de si mesmos, fundam o Estado para garantir segurança e direitos individuais por meio das leis.
b) Correta. Os indivíduos, no estado de natureza, são juízes de si mesmos, fundam o Estado para garantir segurança e direitos individuais por meio das leis.
Não há um rompimento entre o estado de natureza e o estado civil em Locke, pois não há uma noção radical de natureza humana no autor. Logo, o Estado é fundado para garantir a segurança e os direitos individuais por meio das leis, cuja função, se não cumprida, não teria razão de existir. O indivíduo, por não ser radicalmente egoísta, tem capacidade de estabelecer um pacto comum com os outros em direção a uma sociedade justa, na qual os males eventuais, isto é, que firam a segurança, a vida, a liberdade e a propriedade privada, podem ser punidos pelo poder público.
a) Incorreta. O ser humano deve superar o estado de natureza fundando a sociedade civil e o Estado, cedendo seus direitos em prol da paz social.
Essa é uma noção hobbesiana, que supõe uma natureza radicalmente egoísta, a qual, portanto, traz um rompimento radical entre estado natural e estado civil. Este último é uma superação do primeiro, necessária para o estabelecimento da paz social. Locke não concebe assim, pois não compreende uma natureza humana radicalmente egoísta.
c) Incorreta. O poder do Estado deve ser absoluto para a garantia dos direitos naturais da humanidade, como a vida, a liberdade e a propriedade.
Essa alternativa faz uma mistura de conceitos e não dizem respeito a nenhum autor moderno. O poder absoluto do estado é uma noção de Hobbes, o qual não assegura direitos naturais, apenas o direito à vida. Os direitos naturais da humanidade, como a vida, a liberdade e a propriedade são compreendidos por Locke, assegurados pela democracia.
d) Incorreta. O pacto ou contrato social é o garantidor das liberdades e direitos, sendo o poder legislativo o menos importante, já que é possível sua revogação por aqueles que participam do poder executivo.
Para Locke, o poder legislativo é o mais importante, o qual é relacionado ao Parlamento. O poder executivo deve se submeter ao ao poder legislativo.
e) Incorreta. O ser humano se realiza como um ser possuidor de bens, sendo sua posse o que garante tolerância religiosa, livre-iniciativa econômica e liberdade individual.
O ser humano não se realiza como um ser possuidor de bens, pois os bens são adquiridos por meio do trabalho, a partir do qual ele altera a natureza e insere algo próprio nela. Também Locke não afirma que a posse de bens garante tolerância religiosa, livre-iniciativa econômica e liberdade individual, mas o estabelecimento do pacto.
(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.
O labirinto da internet
Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.
(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).
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(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:
I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.
II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.
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(UEL - 2010)
FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.
(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)
Considere o trecho:
“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.
As palavras grifadas são
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(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,
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