Questão 65816

(ENEM PPL - 2020) 

Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

LEMINSKI, P. Melhores poemas de Paulo Leminski. São Paulo: Global, 2013.

 

Ao abordar o próprio processo de criação, o poeta recorre a exemplificações com o propósito de representar a escrita como uma atividade que

A

requer a criatividade do artista.

B

dispensa explicações racionais.

C

independe da curiosidade do leitor.

D

pressupõe a observação da natureza.

E

decorre da livre associação de imagens.

Gabarito:

dispensa explicações racionais.



Resolução:

A) INCORRETA: não há no poema qualquer indicação que a explicação do poeta para escrever é por causa da sua criatividade, mas suas razões para a escrita se afastam do âmbito criativo e vão para um âmbito mais afastado do método de criação ("o dia amanhece", "eu estou tonto", "eu preciso", etc.).

B) CORRETA: a todo o tempo, o eu lírico demonstra que não há explicações racionais para o porquê de sua escrita, mas sim explicações que não condizem com o meio artístico. Além disso, nos seus últimos versos ele demonstra claramente o a sua ideia geral sobre tudo o que ele disse: "Eu escrevo apenas. / Tem que ter por quê?".

C) INCORRETA: o autor não destaca nenhum elemento para contrapô-lo com a curiosidade. Se ele ressaltasse a curiosidade e, em contraponto, mostrasse que ela não é necessária para o processo criativo, essa alternativa estaria certa. Porém, isso é algo que não ocorre.

D) INCORRETA: a observação da natureza é, de fato, um elemento que o autor selecionou para colocar em seu poema. Mas ela é apenas utilizada a título de comparação com o ato de escrever. Não há uma sequência causal entre a escrita e esta observação natural, como diz a alternativa, mas sim uma comparação: ele escreve sem ter uma explicação, assim como o dia amanhece, a aranha tece teias e o peixe beija e morde o que vê.

E) INCORRETA: assim como foi dito na sentença passada, não há nenhuma relação de causa-consequência que justifique o ato da escrita com a observação/associação de imagens da natureza. A arte de escrever é derivada dela mesma, sem nenhuma explicação, e não de fatores externos que a determinam.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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