(ENEM PPL - 2020)
Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais nós podemos duvidar de todas as coisas e, particularmente das coisas materiais, pelo menos enquanto não tivermos outros fundamentos nas ciências além dos que tivemos até o presente. Na segunda meditação, o espírito reconhece entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo, o espírito, não exista.
DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
O instrumento intelectual empregado por Descartes para analisar os seus próprios pensamentos tem como objetivo
identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.
observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.
analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.
estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória.
investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.
Gabarito:
identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.
a) Correta. identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.
Para Descartes, qualquer conhecimento verdadeiro precisa ter certeza, clareza e sobreviver à dúvida hiperbólica, ou seja, que não seja passível de qualquer dúvida. O cogito ergo sun sintetiza o fundamento de seu conhecimento, a certeza de que, ao pensar, ele existe para pensar.
b) Incorreta. observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.
Descartes, como racionalista, não parte do particular, que, na verdade, representa um conhecimento incerto e não universal. Descartes quer elaborar um conhecimento certo, claro, universal e distinto, e não particular.
c) Incorreta. analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.
Descartes objetiva, como racionalista, um conhecimento certo e inato, por meio de ideias que são universais e necessárias, não um saber empírico, fonte de incertezas e dúvidas.
d) Incorreta. estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória
A memória implica em conhecimento pré-adquirido, do qual não lança mão Descartes, por meio da dúvida radical, pois a memória também é fonte de incertezas.
e) Incorreta. investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.
Descartes desloca o foco de sua investigação para o plano do sujeito e não para totalidades externas e alheias a si mesmo, pois tudo o que é externo a si mesmo é passível de dúvida, sem um conhecimento sólido sobre o sujeito.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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