Questão 65896

(ENEM PPL - 2020)

Leito de folhas verdes

Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!

A flor que desabrocha ao romper d’alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.

DIAS, G. Antologia poética. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento).

Na perspectiva do Romantismo, a representação feminina espelha concepções expressas no poema pela

A

reprodução de estereótipos sociais e de gênero.

B

presença de traços marcadores de nacionalidade.

C

sublimação do desejo por meio da espiritualização.

D

correlação feita entre estados emocionais e natureza.

E

mudança de paradigmas relacionados à sensibilidade.

Gabarito:

correlação feita entre estados emocionais e natureza.



Resolução:

A) INCORRETA: pois o eu lírico não observa a mulher como uma reprodução de algo na sociedade, mas como algo puro e belo, jamais visto e aventurado pelo outro e que deve ser admirado como se admira uma flor.

B) INCORRETA: não há traços, nesse poema, que representam somente o Brasil (como as árvores, os rios, etc.). O que se vê é uma valorização da natureza como um todo, do sol, da lua e de outros elementos que são comuns tanto para os brasileiros, quanto para outras pessoas.

C) INCORRETA: diferente do que está expresso na alternativa, a sublimação do desejo não se dá pela espiritualização, mas sim pela corporificação e metaforização do seu sentimento e de sua donzela em elementos da natureza.

D) CORRETA: observa-se constantemente uma das principais características que se preza na temática do romantismo: a natureza é utilizada como material para representar os sentimentos e corporificar pessoas também. Ao se dizer "A flor que desabrocha ao romper d’alva", percebe-se que o eu lírico não está se referindo apenas à ação da flor de desabrochar, mas sim à pureza feminina e à beleza que provém dessa ingenuidade. Podemos pensar também nos raios de sol que, no poema, são associados a um estado de alegria, ou na brisa que aparece associada ao amor.

E) INCORRETA: nesse poema, não se pode inferir que houve uma mudança de paradigmas da sensibilidade porque esta não está tão explícita no poema e, além disso, a sensibilidade continua a mesma, algo que só observará grande mudança em escolas literárias posteriores, como simbolismo, parnasianismo e modernismo.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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