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Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem praticá-las como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e bons, enquanto os que não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a justiça e todas as mais virtudes.
XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.
Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto indica que a vida virtuosa está associada à
aceitação do sofrimento como gênese da felicidade suprema.
moderação dos prazeres com vistas à serenidade da alma.
contemplação da physis como fonte de conhecimento.
satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a melancolia.
persecução da verdade como forma de agir corretamente.
Gabarito:
persecução da verdade como forma de agir corretamente.
e) Correta. persecução da verdade como forma de agir corretamente.
A questão pode ser respondida apenas por interpretação. O pequeno texto envolve tópicos de ética, sobre a prática moral, relacionados com a virtude e a justiça; ademais, para fortalecer a compreensão da questão, Xenofontes, um dos três autores (Platão, Xenofontes e Aristófanes) que falaram sobre Sócrates, envolve a vida desse personagem histórico sobre uma ótica moralista, ao contrário da ótica filosófica de Platão e sofista de Aristófanes. Portanto, essa é a única alternativa que corresponde ao texto, tendo em mente a busca pela verdade em direção a um bom proceder, uma prática verdadeira e correta.
a) Incorreta. aceitação do sofrimento como gênese da felicidade suprema.
O trecho não envolve o sofrimento, não se refere à qualquer tipo de dor ou padecimento para adquirir a felicidade, logo não pode ser essa alternativa. Aliás, essa é uma compreensão estoica.
b) Incorreta. moderação dos prazeres com vistas à serenidade da alma.
O trecho não se refere a uma moderação dos prazeres tendo como fim a serenidade da alma, não há qualquer menção nele dessa perspectiva. Ademais, essa é uma ótica epicurista, acerca da ataraxia da alma.
c) Incorreta. contemplação da physis como fonte de conhecimento.
O trecho não menciona uma contemplação da physis como fonte de conhecimento, ou qualquer ideia de uma investigação da natureza, mesmo uma discussão epistemológica sobre a origem do conhecimento, pois não envolve questões dessa natureza. Aliás, essa é uma preocupação dos pré-socráticos
d) Incorreta. satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a melancolia.
O trecho não aposta na via hedonista, como enunciado nessa alternativa, cuja opção pode representar o caminho diametralmente oposto ao que é postulado na citação de Xenofonte.
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Num mundo como o nosso, por um lado marcado pela fluidez do espaço, as questões ligadas à circulação se tornam ainda mais relevantes e, com elas, a situação de um dos componentes mais emblemáticos dos territórios: seus limites. E é aí que surge um dos grandes paradoxos da geografia contemporânea: ao lado da fluidez globalizada aparecem também os fechamentos, as tentativas de controle da circulação de pessoas.
HAESBAERT, R. Da multiterritorialidade aos novos muros: paradoxos da desterritorialização contemporânea. Disponível em: www.posgeo.uff.br. Acesso em: 2 jan. 2013 (adaptado).
O texto aborda um paradoxo marcante do mundo contemporâneo, que consiste na oposição entre
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Entenda a crise na Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e dois líderes da Crimeia assinaram, em março de 2014, um acordo para tornar a República Autônoma parte da Rússia. O tratado foi assinado dois dias após o povo da Crimeia aprovar em um referendo a separação da Ucrânia e a reunificação com a Rússia. A votação foi condenada por Kiev e pela comunidade internacional, que a considera ilegítima.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 28 out. 2014 (adaptado).
A justificativa para o acordo descrito fundamentava-se na ideia de
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Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um.
HADOT, P. O que é a filosofia antiga?. São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).
O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)
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No protestantismo ascético, temos não apenas a clara noção da primazia da ética sobre o mundo, mas também a mitigação dos efeitos da dupla moral judaica (uma moral interna para os irmãos de crença e outra externa para os infiéis). O desafio aqui é o da ética, que quer deixar de ser um ideal eventual e ocasional (que exige dos virtuosos religiosos quase sempre uma “fuga do mundo”, como na prática monástica cristã medieval) para tornar-se efetivamente uma lei prática e cotidiana “dentro do mundo”.
SOUZA, J. A ética protestante e a ideologia do atraso brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 38, out. 1998.
Retomando o pensamento de Max Weber, o texto apresenta a tensão entre positividade éticoreligiosa e esferas mundanas de ação.
Nessa perspectiva, a ética protestante é compreendida como
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