(UEL 2020)
Leia o texto a seguir.
Quando o artista [demiurgo] trabalha em sua obra, a vista dirigida para o que sempre se conserva igual a si mesmo, e lhe transmite a forma e a virtude desse modelo, é natural que seja belo tudo o que ele realiza. Porém, se ele se fixa no que devém e toma como modelo algo sujeito ao nascimento, nada belo poderá criar. [. . . ] Ora, se este mundo é belo e for bom seu construtor, sem dúvida nenhuma este fixará a vista no modelo eterno.
PLATÃO. Timeu. 28 a7-10; 29 a2-3. Trad. Carlos A. Nunes. Belém: UFPA, 1977. p. 46-47.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, assinale a alternativa correta.
O mundo é belo porque imita os modelos sensíveis, nos quais o demiurgo se inspira ao gerar o mundo.
O sensível, ou o mundo que devém, é o modelo no qual o artista se inspira para criar o que permanece.
O artífice do mundo, por ser bom, cria uma obra plenamente bela, que é a realidade percebida pelos sentidos.
O olhar do demiurgo deve se dirigir ao que permanece, pois este é o modelo a ser inserido na realidade sensível.
O demiurgo deve observar as perfeições no mundo sensível para poder reproduzi-las em sua obra.
Gabarito:
O olhar do demiurgo deve se dirigir ao que permanece, pois este é o modelo a ser inserido na realidade sensível.
d) Correta. O olhar do demiurgo deve se dirigir ao que permanece, pois este é o modelo a ser inserido na realidade sensível.
O texto leva em conta a teoria das Ideias de Platão, acerca do mundo inteligível e sensível. As coisas sensíveis são imperfeitas, transitórias, marcadas por aquele devir que Heráclito descreve, pela mudança e fluxo contínuo; já as ideias, no âmbito do inteligível, são marcadas por perfeição, permanência e imutabilidade. O demiurgo, ao dar a forma ao mundo, o realiza em consonância com essas Ideias, que são permanentes e imutáveis, o modelo para a realidade sensível, a forma da matéria.
a) Incorreta. O mundo é belo porque imita os modelos sensíveis, nos quais o demiurgo se inspira ao gerar o mundo.
Segundo a teoria das Ideias, o mundo é belo porque imita, portanto, os modelos inteligíveis, as Ideias, nas quais o demiurgo se inspira para dar forma ao mundo, e não nos modelos sensíveis, que são imperfeitos.
b) Incorreta. O sensível, ou o mundo que devém, é o modelo no qual o artista se inspira para criar o que permanece.
Reflete o mesmo erro da alternativa anterior, pois o sensível não pode ser modelo do que é perfeito, por sua imperfeição, e, sim, o contrário; o que permanece, o inteligível, é modelo para o sensível, a forma da matéria.
c) Incorreta. O artífice do mundo, por ser bom, cria uma obra plenamente bela, que é a realidade percebida pelos sentidos.
O artífice do mundo é realmente bom e cria uma obra plenamente bela, mas a plenitude dessa beleza é contemplada não pela realidade sensível ou pelos sentidos, porém pela realidade inteligível, pela razão.
e) Incorreta. O demiurgo deve observar as perfeições no mundo sensível para poder reproduzi-las em sua obra.
A alternativa repete os erros de outras alternativas ao afirmar que há perfeições no mundo sensível, já que a perfeição designa aquilo que é acabado e plenamente feito, características que não estão presentes no mundo sensível — em constante mudança e devir.
(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.
O labirinto da internet
Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.
(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).
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(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:
I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.
II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.
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(UEL - 2010)
FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.
(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)
Considere o trecho:
“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.
As palavras grifadas são
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(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,
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