(UFPR - 2006)
“A justiça sem a força é impotente; a força sem a justiça é tirânica. A justiça sem a força será contestada, porque há sempre maus; a força sem a justiça será acusada. É preciso reunir a justiça e a força; e dessa forma, fazer com que o justo seja forte, e o que é forte seja justo.”
(Pascal. Pensamentos V, 298. Apud. BARROS, Alberto Ribeiro de. A teoria da soberania de Jean Bodin. São Paulo: UNIMARCO, 2001.)
Essa passagem dos Pensamentos do filósofo e matemático Blaise Pascal (1623–1662) remete à relação de equilíbrio que deve existir entre o poder político e a justiça. A respeito dessa questão central para a filosofia e a ciência política desde o século XVII, assinale a alternativa correta.
John Locke (1632–1704) defendia que ninguém podia isentar-se das leis que regem a sociedade civil, criticando enfaticamente as teorias absolutistas, que consideravam uma prerrogativa do poder monárquico não se submeter às leis que regulavam a vida dos súditos.
Nos séculos XVII e XVIII, as monarquias absolutistas foram controladas pelos parlamentos em toda a Europa, prevalecendo as teorias políticas constitucionais sobre a teoria do direito divino dos reis.
Ao escrever sobre as formas de governo, Montesquieu (1689–1755) aproximou-se do pensamento político de John Locke, tornando-se um opositor da monarquia e defensor do regime republicano democrático.
Os pensadores políticos dos séculos XVI e XVII que defenderam a causa política da monarquia eram seguidores dos princípios políticos pragmáticos enunciados por Maquiavel no começo do século XVI, mesmo que para tanto tivessem que renunciar à moral e à religião.
Thomas Hobbes (1588–1679) foi um defensor do equilíbrio entre executivo e legislativo, pregando a necessidade de um parlamento forte que moderasse a monarquia.
Gabarito:
John Locke (1632–1704) defendia que ninguém podia isentar-se das leis que regem a sociedade civil, criticando enfaticamente as teorias absolutistas, que consideravam uma prerrogativa do poder monárquico não se submeter às leis que regulavam a vida dos súditos.
a) Correta. John Locke (1632–1704) defendia que ninguém podia isentar-se das leis que regem a sociedade civil, criticando enfaticamente as teorias absolutistas, que consideravam uma prerrogativa do poder monárquico não se submeter às leis que regulavam a vida dos súditos.
John Locke, um dos pais do liberalismo político e defensor da democracia, se opôs às tiranias políticas e ao absolutismo monárquico do período, cuja concepção dava pleno direito aos poderes institucionais do exercício da força sem critérios legais, sem se submeterem a uma lei que valha para todos, para o soberano e para os súditos. Essa concepção contraria também as noções de Pascal, que entende que a justiça deve possuir força, mas a força deve ser justa.
b) Incorreta. Nos séculos XVII e XVIII, as monarquias absolutistas foram controladas pelos parlamentos em toda a Europa, prevalecendo as teorias políticas constitucionais sobre a teoria do direito divino dos reis.
Nos séculos XVII e XVIII, as monarquias absolutistas se baseavam na teoria do direito divino dos reis, porém não eram controladas pelos parlamentos em toda a Europa, pois, assim, não seriam absolutistas.
c) Incorreta. Ao escrever sobre as formas de governo, Montesquieu (1689–1755) aproximou-se do pensamento político de John Locke, tornando-se um opositor da monarquia e defensor do regime republicano democrático.
Montesquieu e John Locke possuem noções semelhantes, principalmente no que tange à liberdade, porém essa semelhança não se constitui nas bases da alternativa, no que tange às formas de governo, pois Montesquieu não se opunha à monarquia e, sim, contra a tirania.
d) Incorreta. Os pensadores políticos dos séculos XVI e XVII que defenderam a causa política da monarquia eram seguidores dos princípios políticos pragmáticos enunciados por Maquiavel no começo do século XVI, mesmo que para tanto tivessem que renunciar à moral e à religião.
Nem todos os pensadores seguiram os princípios políticos pragmáticos enunciados por Maquiavel no começo do século XVI, pois houveram diversas concepções políticas no período, de diferentes matizes. Nem todos se aliavam ao pragmatismo maquiavélico, já que haviam teorias que englobavam a ética, como o próprio Pascal demonstra.
e) Incorreta. Thomas Hobbes (1588–1679) foi um defensor do equilíbrio entre executivo e legislativo, pregando a necessidade de um parlamento forte que moderasse a monarquia.
Thomas Hobbes eram unitarista quanto ao poder político, isto é, não o dividia entre executivo e legislativo, concentrando o poder na monarquia.
(UFPR)
Em 'Ele morreu de fome', a expressão sublinhada classifica-se como:
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(Ufpr 2008)
O autor apresenta como característica fundamental da televisão a seriação. Segundo ele, essa característica
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(Ufpr 2008)
Tendo em vista o texto, considere as afirmações a seguir:
1. A indecisão entre a ética particularista (da casa, amigos, família) e a ética universalista (da rua, do mundo público) é algo que nasce na esfera política e a ela se restringe.
2. O tratamento da corrupção no Brasil é marcado pela duplicidade ética que leva a condenar os estranhos, mas relevar os delitos das pessoas próximas.
3. O combate à corrupção do governo Lula mostrou que ela está vinculada a determinadas ideologias e partidos políticos.
4. A resistência de parlamentares a julgar o presidente do Congresso Nacional faz prevalecer a ética da casa em detrimento da ética da rua.
Assinale a alternativa correta
(UFPR - 2016 - 1ª FASE)
“E não gostavas de festa... / Ó velho, que festa grande / hoje te faria a gente”. Esses são os versos de abertura do poema “A Mesa”, parte integrante do livro Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade. Neles podem ser identificados alguns elementos do poema, entre os quais o destinatário, um patriarca, a quem o eu lírico se dirige ao longo de centenas de versos. A respeito de “A Mesa” e de sua integração com outros poemas do mesmo livro, assinale a alternativa correta.
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