(AFA - 2021)
A figura abaixo ilustra dois resistores de imersão dentro de recipientes termicamente isolados e com capacidades térmicas desprezíveis, contendo as mesmas quantidades de água. Os resistores R1 e R2 estão ligados, respectivamente, a uma associação de geradores em série e em paralelo.
Os valores das resistências elétricas de R1 e R2 foram ajustados adequadamente de tal forma que cada associação de geradores transfere a máxima potência a cada um dos resistores.
Despreze a influência da temperatura na resistência elétrica e no calor específico da água e considere que todos os geradores apresentem a mesma fem e a mesma resistência interna.
Fecha-se simultaneamente as chaves Ch1 e Ch2 e, após 5 min, verifica-se que a variação de temperatura da água no recipiente 1 foi de 20 ºC. Nesse mesmo intervalo, a água no recipiente 2 apresenta uma variação de temperatura, em ºC, igual a:
5
10
15
20
Gabarito:
20
O tempo que vai levar a variação de temperatura, vai depender da quantidade de calor (Q) fornecida, esta quantidade de calor é igual a:
sendo P a potência do resistor e o intervalo de tempo.
Sabemos que a quantidade de calor também pode ser calculada como:
onde m é a massa, c é o calor específico e é a variação de temperatura.
Igualando as duas equações:
Para que possamos saber se a variação de temperatura é maior ou menor, é preciso saber a potência que cada um dos resistores irá dissipar.
Temos duas situações: a situação 1, temos uma associação de geradores em série; a situação 2, temos uma associação de geradores em paralelo.
PARA A ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE:
A potência dissipada pelo resistor é igual a potência total do circuito, menos a potência do resistor interno.
Como é uma associação em série, somamos os dois geradores e os dois resistores internos, logo:
Como temos uma função de segundo grau em função de i, reorganizando:
Então temos os coeficientes: , e
Vamos encontrar o valor da corrente máxima, que em um gráfico de uma função de segundo grau é justamente o vértice. Para calcular o vértice de uma parábola, é utilizada a seguinte fórmula:
, fórmula do vértice de uma equação do segundo grau.
Aplicando o na fórmula da potência dissipada pelo resistor, substituindo o i:
, potência dissipada pelo resistor .
PARA A ASSOCIAÇÃO EM PARALELO:
Neste caso, cada gerador elétrico gera uma corrente, se as resistências internas são iguais e as fontes produzem as mesmas diferença de potencial, as duas correntes elétricas são iguais, vamos chamar elas de .
Como é semelhante com a potência dissipada em , o processo é o mesmo, logo:
Como temos a mesma potência máxima dissipada nas duas situações, significa que a variação de temperatura nas duas situações será a mesma, ou seja, se no recipiente 1 a variação de temperatura foi de 20°C, no recipiente 2 a variação de temperatura também será de 20°C.
ALTERNATIVA D.
(Epcar (Afa) 2015) Assinale a alternativa que analisa de maneira adequada a figura de linguagem utilizada.
Ver questão
(AFA - 2016)
TEXTO II
FAVELÁRIO NACIONAL
Carlos Drummond de Andrade
Quem sou eu para te cantar, favela,
Que cantas em mim e para ninguém
a noite inteira de sexta-feira
e a noite inteira de sábado
E nos desconheces, como igualmente não te
conhecemos?
Sei apenas do teu mau cheiro:
Baixou em mim na viração,
direto, rápido, telegrama nasal
anunciando morte... melhor, tua vida.
...
Aqui só vive gente, bicho nenhum
tem essa coragem.
...
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
Medo só de te sentir, encravada
Favela, erisipela, mal-do-monte
Na coxa flava do Rio de Janeiro.
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver
nem de tua manha nem de teu olhar.
Medo de que sintas como sou culpado
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade.
Custa ser irmão,
custa abandonar nossos privilégios
e traçar a planta
da justa igualdade.
Somos desiguais
e queremos ser
sempre desiguais.
E queremos ser
bonzinhos benévolos
comedidamente
sociologicamente
mui bem comportados.
Mas, favela, ciao,
que este nosso papo
está ficando tão desagradável.
vês que perdi o tom e a empáfia do começo?
...
(ANDRADE, Carlos Drummond de, Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984)
Nos versos abaixo, percebe-se que foram utilizadas figuras de linguagem, enfatizando o sentimento do eu-lírico. Porém, há uma opção em que não se verifica esse fato. Assinale-a.
Ver questão
(AFA - 2015)
MULHER BOAZINHA
(Martha Medeiros)
Qual o elogio que uma mulher adora receber1?
2Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente3 , 4e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito, da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
5Mas não pense que o jogo está ganho6: manter o cargo vai depender da sua perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
7Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que 8ela é um avião no mundo dos negócios.
Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical.
Agora 9quer ver o mundo cair 10?
Diga que ela é muito boazinha.
Descreva aí uma mulher boazinha.
Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana.
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
11Nunca teve um chilique.
12Nunca colocou os pés num show de rock.
É queridinha.
Pequeninha.
Educadinha.
13Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos.
Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.
Vivíamos no nosso mundinho, 14rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho.
Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa.
15Quietinhas, mas inquietas.
16Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.
Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.
Pitchulinha é coisa de retardada.
Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.
17Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.
As boazinhas não têm defeitos.
Não têm atitude.
Conformam-se com a coadjuvância.
PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é 18isso que somos hoje.
Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.
As “inhas” não moram mais aqui.
Foram para o espaço, sozinhas.
(Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/NTc1ODIy/ acesso em 28/03/14)
Leia os fragmentos abaixo:
Quietinhas, mas inquietas. (ref.15)
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. (ref.17)
I. O grau superlativo absoluto sintético foi utilizado para estabelecer a diferença entre as mulheres boas e as boazinhas.
II. O paradoxo foi utilizado no primeiro fragmento para ressaltar a complexidade do comportamento feminino por meio da coexistência de aspectos opostos.
III. Ambos os fragmentos apresentam como recursos expressivos o jogo com palavras cognatas e o uso da adversidade.
Estão corretas as alternativas:
Ver questão
(Epcar (Afa) 2015) Assinale a alternativa que analisa de maneira adequada a figura de linguagem utilizada.
Ver questão