(UEL - 2006)
Pequeno folhetim do folclore
[...] Ainda que o folclore seja de caráter universal, existe a particularidade na cultura de cada país, daí advertindo que todos os homens têm coração, mas o ritmo cardíaco é diferente em cada homem. Por isso, em sua obra, [Luís da Câmara Cascudo] colocou sempre em relevo as permutas culturais entre o Brasil e o mundo: o cuscuz é árabe, o frango veio da Europa, o quiabo da África, o beijo nasceu na Ásia, a roda é européia, a mandioca e a rede de dormir são amerabas, o sarapatel é indiano. Observados no cotidiano, a sua pesquisa revela os intercâmbios culturais, antigos e modernos, do Brasil com o mundo inteiro: “Dar adeus e saudar com a mão agitada ou tocar levemente na fronte não tem idade. Uma estória ouvida de um indígena do Amazonas está na Guiné. O andar rebolado das nossas damas é um produto de importação. Trouxe-o o africano banto que o teria da Polinésia, onde chamam onioni, e é técnica de sedução ministrada regularmente. Esticar a língua é desaforo para os romanos três séculos antes de Cristo. Leite de coco veio da Índia.” O brasileiro hoje, que começou sendo mameluco no século 16, veste calça verde, usa camisa vermelha, mastiga chiclete, come xistudo, mas pensa com a tradição católica vinda de Roma.
(VASCONCELLOS, Gilberto Felisberto. Pequeno folhetim do folclore. In: Revista Caros Amigos. São Paulo: Casa Amarela. Ano IX, n. 98, p. 45, maio 2005.)
Com base no período: “[...] todos os homens têm coração, mas o ritmo cardíaco é diferente em cada homem”, considere as afirmativas a seguir.
I. O conectivo “mas” estabelece relação de oposição entre temporalidades diferentes.
II. O termo “coração” é usado em seu sentido conotativo para apontar as boas intenções dos homens em sua contribuição para a cultura.
III. A expressão “todos os homens” é indício de generalização a ser associada com a existência do folclore em âmbito universal.
IV. A expressão “cada homem” é uma imagem para representar as peculiaridades culturais de povos diferentes.
Estão corretas apenas as afirmativas:
I e II.
I e III.
III e IV.
I, II e IV.
II, III e IV.
Gabarito:
III e IV.
(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.
O labirinto da internet
Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.
(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).
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(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:
I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.
II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.
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(UEL - 2010)
FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.
(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)
Considere o trecho:
“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.
As palavras grifadas são
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(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,
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