Questão 73381

(UFU - 2020 - 1ª FASE)

Entre os séculos XI e XIII, a sociedade feudal passou por acentuadas transformações tais como: crescimento urbano, desenvolvimento das feiras, significativo aumento do uso da moeda etc. Todavia, em fins do século XIII, houve uma inversão da tendência desse crescimento socioeconômico e demográfico.

Dentre os fatores que explicam a inversão acima assinalada, é correto destacar, EXCETO, que

A

o desflorestamento em larga escala acarretou inclusive um desiquilíbrio climático no ocidente no início do século XIV, gerando a devastação das colheitas e pauperizando grande número de camponeses.

B

o conflito entre a Igreja e os poderes temporais, sobretudo a chamada “querela das investiduras”, levou ao início de longas guerras que dizimaram campos e pessoas, gerando uma grande crise no sistema feudal.

C

a peste bubônica que, ao encontrar uma população debilitada, eliminou um número elevado de pessoas. Alguns historiadores calculam que cerca de 1/3 da população europeia pereceu.

D

o aumento do cenário de morte e de miséria produziu um quadro de instabilidade social, gerando várias revoltas camponesas, destacando-se entre elas as jacqueries, ocorridas na França no século XIV.

Gabarito:

o conflito entre a Igreja e os poderes temporais, sobretudo a chamada “querela das investiduras”, levou ao início de longas guerras que dizimaram campos e pessoas, gerando uma grande crise no sistema feudal.



Resolução:

a) Correta.  O desflorestamento ocorreu para que houvesse a ampliação das terras cultiváveis e isso teve consequências climáticas que, por sua vez, diminuíram drasticamente a capacidade produtiva, empobrecendo boa parte dos camponeses e inviabilizando o abastecimento da população. Dessa forma, se relaciona com a queda do crescimento socioeconômico e demográfico.

b) Incorreta. A Querela das Investiduras realmente ocorreu, se tratou de um conflito entre a Igreja e o imperador Henrique IV, do Sacro Império Romano-Germânico, ou seja, um conflito entre o poder espiritual e o poder temporal, respectivamente. A Igreja via-se enfraquecida e protestava contra a nomeação de Papa e de bispos pelo imperador. Esse evento, no entanto, não tem relação com a queda do crescimento socioeconômico e demográfico em questão.

c) Correta. A peste foi um dos elementos que explicam a situação de crise mencionada no enunciado, pois dizimou parte da população e, com isso, culminou numa brusca queda demográfica. Além disso, a peste também causou um desequilíbrio social imenso, devido às mortes em massa que resultaram em déficit na organização social e na economia (menos autoridades, menos trabalhadores).

d) Correta. As revoltas camponesas, principalmente na França, foram grandes elementos da situação mencionada no enunciado: a situação crítica (miséria, morte) e a instabilidade social mobilizou camponeses a se rebelar contra a aristocracia, o que gerou um clima ainda mais instável e crítico.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

Ver questão

Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

Ver questão

Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

Ver questão

Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

Ver questão