(UFU - 2020 - 1ª FASE)
Ao analisar as consequências do toyotismo para a classe trabalhadora, o pesquisador Ricardo Antunes afirma que:
As mutações criaram, [...], uma classe trabalhadora mais heterogênea, mais fragmentada e mais complexificada, dividida entre trabalhadores qualificados e desqualificados, do mercado formal e informal, jovens e velhos, homens e mulheres, estáveis e precários, imigrantes e nacionais, brancos e negros etc., sem falar nas divisões que decorrem da inserção diferenciada dos países e de seus trabalhadores na nova divisão internacional do trabalho.
ANTUNES, Ricardo. Trabalho e precarização numa ordem neoliberal. In: GENTILI, Pablo; FRIGOTTO, Gaudêncio (Org.). A cidadania negada: políticas de exclusão na educação e no trabalho. São Paulo: Cortez; Buenos Aires, Argentina: CLACSO, 2001. p. 35-48
A partir deste cenário, é correto concluir que o movimento sindical tem buscado
a garantia de melhores salários a partir do incentivo à formação de múltiplos sindicatos em uma mesma empresa.
a qualificação dos trabalhadores, a criação de estímulos para o empreendedorismo e a flexibilização do trabalho.
a representação de trabalhadores desempregados e informais, garantindo a formação de uma identidade coletiva.
a defesa da terceirização do trabalho e a preservação da extensão de direitos sociais e políticos.
Gabarito:
a representação de trabalhadores desempregados e informais, garantindo a formação de uma identidade coletiva.
c) Correta. a representação de trabalhadores desempregados e informais, garantindo a formação de uma identidade coletiva.
O Toyotismo surge a partir da década de 1970 e se difunde mundialmente como um marco da Terceira Revolução Industrial. Trata-se de um sistema de produção industrial difundido a partir da década de 1970, caracterizado pela flexibilização da produção, com adoção do sistema just-in-time, que produz conforme a demanda. Assim, busca aumentar a eficácia da produção através do atendimento à demanda dos consumidores. O sindicato, no contexto industrial, desde o século XVIII, tem sua razão de existir a partir das demandas da classe trabalhadora. No contexto desses modos de produção que facilitam uma grande quantidade de demissões, assim, o sindicato volta-se para tais demandas dos trabalhadores desempregados e informais, constituindo uma nova identidade coletiva dentro da classe de trabalhadores.
a) Incorreta. a garantia de melhores salários a partir do incentivo à formação de múltiplos sindicatos em uma mesma empresa.
Os sindicatos se voltam para atender uma classe, não uma mesma empresa, e não busca a garantia de melhores salários para o grupo em questão.
b) Incorreta. a qualificação dos trabalhadores, a criação de estímulos para o empreendedorismo e a flexibilização do trabalho.
O sindicato não atua em tais instâncias, como demonstra o próprio texto, já que se volta para os trabalhadores desempregados e informais.
d) Incorreta. a defesa da terceirização do trabalho e a preservação da extensão de direitos sociais e políticos.
O sindicato não defende a terceirização do trabalho.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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