Questão 73475

(UFU - 2021 - 1ª FASE) “Por outro lado, os homens não tiram prazer algum da companhia uns dos outros (e sim, pelo contrário, um enorme desprazer), quando não existe um poder capaz de manter a todos em respeito”.

HOBBES, Thomas. O Leviatã. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 75.

O trecho acima aponta para um importante conceito da filosofia política de Thomas Hobbes, que descreve a natureza humana a partir da noção de que o homem é o lobo do homem.

Com base nas informações, analise as afirmativas abaixo.

I. É necessário que haja um poder capaz de reprimir os impulsos humanos e fazer as pessoas viverem em sociedade.

II. Os seres humanos nascem bons pela natureza, mas a vida em sociedade os fazem perder essa bondade original.

III. As promessas que as pessoas fazem não têm valor algum sem que haja meios de fazê-las cumprirem o que disseram.

IV. A necessidade da existência do Estado surge por causa da natureza humana e não por causa de princípios metafísicos.

Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.

A

Apenas II, III e IV.

B

Apenas II e III.

C

Apenas I e III.

D

Apenas I, III e IV.

Gabarito:

Apenas I, III e IV.



Resolução:

d) Apenas I, III e IV.

 

I. Verdadeira. É necessário que haja um poder capaz de reprimir os impulsos humanos e fazer as pessoas viverem em sociedade.
Hobbes possui uma visão negativa do estado do ser humano e, ao contrário de Rousseau, define-o como mau por natureza; o homem é o lobo do homem. Por isso, são todos, no estado de natureza, inimigos uns dos outros, sem a possibilidade de qualquer associação ou sociedade, o que gera, constantemente, insegurança, angústia e medo quanto à própria vida e sobrevivência. Por isso, estabelece-se um poder comum para punir o mal, a fim de garantir a ordem social.

II. Falsa. Os seres humanos nascem bons pela natureza, mas a vida em sociedade os fazem perder essa bondade original.
Essa é a concepção de Rousseau.

III. Verdadeira. As promessas que as pessoas fazem não têm valor algum sem que haja meios de fazê-las cumprirem o que disseram.
Por isso, diante do estado de guerra de todos contra todos, pela lei natural, o homem esforça-se pela paz, abdicando-se de seu direito natural, sob a condição de que os outros também façam o mesmo. Porém, sem um poder comum que mantenha a todos em respeito, esse contrato pode ser facilmente rompido

IV. Verdadeira. A necessidade da existência do Estado surge por causa da natureza humana e não por causa de princípios metafísicos.
Hobbes quer determinar a existência do estado por meio de um argumento mecanicista e natural, sem recurso metafísico.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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