Questão 73535

(UFU - 2021 - 1ª fase) 

Trecho (1)

O “Essencial sobre Língua Portuguesa” é uma coleção dedicada à divulgação do conhecimento que tem sido produzido no domínio da linguística, particularmente no que diz respeito ao Português.

LIMA, José Pinto de. Pragmática linguística. Portugal: Editora Caminho. p. 7 (Fragmento adaptado, recortado da Apresentação da coleção que prefacia o livro)

Trecho (2)

Uma visão comum sobre o que é uma língua diz-nos, simplesmente, que ela é um conjunto de termos – um léxico – e um conjunto de regras para a formação de outros termos e de frases – uma gramática. Contudo, léxico e gramática são apenas as pedras e a estrutura de um edifício que fica inerte se não for usado. Uma língua só é viva na medida em que os falantes a usam.

O essencial sobre Pragmática Linguística debruça-se precisamente sobre o uso da língua, sobre as práticas linguísticas dos falantes e sobre a comunicação. O que está em observação são as atividades humanas em que entram a língua. Em função disso, ela se ocupa de temas como a diferença entre dizer e implicar; a prática de delicadeza no uso da linguagem; a estrutura da conversação; e a relação do ato linguístico com o seu contexto.

LIMA, José Pinto de. Pragmática linguística. Portugal: Editora Caminho. (Fragmento adaptado, recortado da contracapa do livro)

Considerando-se os trechos (1) e (2) acima e as referências fornecidas a respeito deles, é correto afirmar que o trecho (2)

A

apresenta um conhecimento do senso comum sobre a língua, – é constituída de um léxico e de uma gramática –, no intuito, fundamentalmente, de levar o leitor a se sentir à vontade com o conhecimento produzido no campo científico.

B

se vale do recurso retórico da metáfora – do edifício – para melhor cumprir seu objetivo, tornando um conhecimento produzido no campo científico mais acessível e prazeroso ao leitor.

C

defende a ideia de que o uso da língua é mais importante que seu léxico e sua gramática, a fim de convencer o leitor da importância de se aprender um pouco sobre a pragmática linguística.

D

argumenta a favor da inserção da Pragmática Linguística no rol dos estudos sobre as etiquetas sociais, uma vez que ela se ocupa da “prática de delicadeza no uso da linguagem”.

Gabarito:

se vale do recurso retórico da metáfora – do edifício – para melhor cumprir seu objetivo, tornando um conhecimento produzido no campo científico mais acessível e prazeroso ao leitor.



Resolução:



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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