(UFU - 2021 - 1ª fase) “Daí vem a crise da qual enfermam as sociedades europeias. Desde dois séculos, a vida econômica conheceu desenvolvimento que nunca antes ocorrera: da função secundária de então, desprezada, relegada às classes inferiores, passou para o primeiro plano. Diante dela, vemos recuarem, cada vez mais, as funções militares, administrativas, religiosas. Só as funções científicas estão em condições de lhe disputar o lugar... Essa forma de atividade que tende a adquirir tamanho lugar no conjunto da sociedade não pode ficar liberta de toda regulamentação moral especial, sem que daí resulte verdadeira anarquia. [...] As mais fortes chegam, sem dúvida, a esmagar as mais fracas... esse caráter amoral da vida econômica constitui perigo público." (Lições de Sociologia, 1983: 11-12).
DURKHEIM, E. Lições de Sociologia São Paulo: M. Fontes. 2002.
Nessa passagem da obra de Durkheim, está presente a concepção do autor segundo a qual caberia à Sociologia
considerar o conflito como dimensão constitutiva da vida social.
examinar o desenvolvimento do mercado como dimensão autorregulada.
analisar as condições necessárias para a manutenção do equilíbrio social.
defender as classes inferiores dos efeitos da regulamentação da vida econômica.
Gabarito:
analisar as condições necessárias para a manutenção do equilíbrio social.
c) Correta. analisar as condições necessárias para a manutenção do equilíbrio social.
No texto, Durkheim analisa as condições e circunstâncias das crises que se dão no interior da sociedade europeia, enquanto que há um grande crescimento econômico, a partir da ciência. Essa não pode ficar desprovida de regulamentação, a fim de que não cause uma verdadeira anarquia, pois Durkheim queria prevenir a sociedade de uma anomia social e estabelecer uma coesão social. Logo, a Sociologia deve analisar as condições necessárias para a manutenção do equilíbrio social, o objetivo do pensamento de Durkheim.
a) Incorreta. considerar o conflito como dimensão constitutiva da vida social.
O conflito não deve ser considerado como dimensão constitutiva da vida social, pois é causa de anomia.
b) Incorreta. examinar o desenvolvimento do mercado como dimensão autorregulada.
O mercado não possui esse aspecto de autorregulação. O trecho a seguir desconfirma essa hipótese: "[...] Essa forma de atividade que tende a adquirir tamanho lugar no conjunto da sociedade não pode ficar liberta de toda regulamentação moral especial, sem que daí resulte verdadeira anarquia. [...] As mais fortes chegam, sem dúvida, a esmagar as mais fracas... esse caráter amoral da vida econômica constitui perigo público."
d) Incorreta. defender as classes inferiores dos efeitos da regulamentação da vida econômica.
Ao contrário, defender as classes inferiores a partir da regulamentação da vida econômica.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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