(UFU - 2021 - 1ª fase) “Na visão de estudiosos, falar de carreiras do futuro implica também abordar as relações de trabalho. ‘O emprego do jeito que o entendemos hoje, com carteira assinada e jornada definida, vai acabar. O novo emprego será de capacidade intelectual e não mais de trabalhos repetitivos’, afirma o professor da ESPM e estudioso da cultura digital Gil Giardelli, sinalizando que o profissional será mais independente, trabalhando por projetos específicos, sem vínculos por tempo indeterminado com uma única empresa.”
FELIX, Edlaine. Profissional do futuro será empreendedor. Disponível em: < https://economia.estadao.com.br/blogs/radar-doemprego/profissional-do-futuro-sera-empreendedor >. Acesso em: 6 jun. 2021.
Para o sociólogo Robert K. Merton, essa notícia pode ser considerada uma profecia autorrealizável, ou seja, “uma definição [inicialmente] falsa da situação, que evocará um novo comportamento, fazendo com que a definição inicialmente falsa se torne verdadeira”.
Com base na definição do conceito de “profecia autorrealizável”, o trecho da notícia acima deve ser interpretado como
uma das condições necessárias para a transformação do mercado de trabalho.
uma análise imprecisa das condições do mundo do trabalho no modelo taylorista.
a antecipação do resultado inevitável das reformas neoliberais na atualidade.
a previsão de que o futuro do trabalho estará, essencialmente, no empreendedorismo.
Gabarito:
uma das condições necessárias para a transformação do mercado de trabalho.
a) Correta. uma das condições necessárias para a transformação do mercado de trabalho.
A notícia, em si mesma, não expressa um dado da realidade ou a realidade em si mesma, porém, ao apontar um evento realizável no futuro, acaba por inclinar a realidade, por seu papel de propagandear certa perspectiva para essa, para essa noção. Por isso, a notícia serve como condição para realização dessa profecia.
b) Incorreta. uma análise imprecisa das condições do mundo do trabalho no modelo taylorista.
A notícia não pode ser interpretada como uma análise, pois, como uma profecia autorrealizável, não representa uma investigação, mas uma predição sobre um fato futuro a partir de uma perspectiva sobre o presente.
c) Incorreta. a antecipação do resultado inevitável das reformas neoliberais na atualidade.
Essa perspectiva da inevitabilidade da profecia não é assumida acima.
d) Incorreta. a previsão de que o futuro do trabalho estará, essencialmente, no empreendedorismo.
Não é isso a justificativa para que o texto seja concebido como uma profecia autorrealizável.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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