(UFU - 2021 - MEDICINA) Antes de começar qualquer atividade física vale contar com a orientação de um especialista. Depois dos 35, 40 anos, principalmente, é essencial avaliar o risco cardíaco. E é fácil. Um teste ergométrico, a medida da pressão e um exame de sangue – com a dosagem de hormônios, colesterol, glicose e ácido úrico – traçam o perfil de risco para os próximos dez anos.
Além disso, duas avaliações facilitam a personalização do treino e também da alimentação. Como uma roupa feita sob medida, a dupla atividade física e dieta varia muito entre um idoso, um atleta, um adolescente e uma mulher. E é aí que entra a calirometria. Nesse teste, um dispositivo mede, por meio da respiração do indivíduo, o seu consumo de oxigênio e quanto gás carbônico libera. Com isso, dá para deduzir o número de calorias que ele provavelmente consome em 24 horas. Costumo dizer que isso funciona como um detector de mentiras. Mas, brincadeiras à parte, saber esse valor faz toda a diferença. Pessoas com biotipo parecido podem queimar quantidades bem diversas de calorias. Todo mundo tem um amigo ou amiga que come muito mal e não engorda.
PEDRINOLA, Dr. Filippo. Um convite à saúde. São Paulo: Editora Abril, 2011. p. 28. (Fragmento adaptado)
No trecho, o autor, o endocrinologista Filippo Pedrinola dá orientações ao leitor a respeito do que deve fazer antes de iniciar uma atividade física. A partir da leitura do trecho e considerando-se os enunciados negritados, é correto afirmar, em relação ao registro de linguagem utilizado, que se trata de um registro
parcialmente adequado para textos de divulgação científica, uma vez que não se pode afirmar categoricamente que “Todo mundo tem um amigo ou amiga que come muito mal e não engorda” por ser essa uma asserção sem sustentabilidade científica.
adequado para textos de divulgação científica, em que se pode valer de registros mais informais de linguagem em função do público-alvo e dos objetivos do gênero do discurso.
inadequado para textos de divulgação científica que, por cumprirem o objetivo primordial de abordar questões de ordem mais técnica, não devem se valer de registros informais.
adequado para textos de divulgação científica, na medida em que o objetivo principal de tais textos é construir para o leitor a imagem de que fazer ciência é legal.
Gabarito:
adequado para textos de divulgação científica, em que se pode valer de registros mais informais de linguagem em função do público-alvo e dos objetivos do gênero do discurso.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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