Questão 73676

(UFU - 2021 - MEDICINA)

“A Teologia da Prosperidade Neopentecostal [...] prega uma ética econômica voltada para o mundo, onde possuir e ascender são sinais de que Deus, e não o diabo, age em sua vida. Essa ascensão não se ancora especificamente na disciplina e na dedicação ao trabalho, mas em uma disposição empreendedora de quem almeja tornar-se o patrão nas relações de trabalho. Tal disposição de empreender é alimentada por ritos sacrificiais – como dar o dízimo – que geram expectativas de prosperidade material no futuro. Os riscos materiais do empreendimento são considerados atos de fé.”

ALMEIDA, Ronaldo de. A onda quebrada - evangélicos e conservadorismo. Cadernos Pagu (50), 2017:e175001.

Conforme a definição da Teologia da Prosperidade Neopentecostal, o vínculo entre a conduta econômica e a ética religiosa, nesse contexto,

A

aponta para o processo de desencantamento do mundo, em que a racionalidade econômica capitalista se afasta de sua origem religiosa.

B

desvaloriza o lucro como forma de comprovação de uma salvação religiosa, conforme a tese weberiana.

C

afasta-se da proposição weberiana, segundo a qual a ética protestante valoriza o trabalho metódico como uma prova de fé.

D

contribui para a manutenção da coesão social, ao separar a ética religiosa do espírito empreendedor.

Gabarito:

afasta-se da proposição weberiana, segundo a qual a ética protestante valoriza o trabalho metódico como uma prova de fé.



Resolução:

c) Correta. afasta-se da proposição weberiana, segundo a qual a ética protestante valoriza o trabalho metódico como uma prova de fé.
A ética protestante, para Weber, é a lógica que inspirou e possibilitou, após a Revolução Protestante, a ascensão do capitalismo. Nesse sentido, pensando nos valores e princípios protestantes (em grande parte de origem calvinista, mas não somente), têm-se uma ética valorativa voltada para o trabalho e este como forma de caminho para a salvação eterna, a condenação ao lazer e ao ócio, uma vez que estes afastavam os indivíduos do enriquecimento da alma através da disciplina do trabalho. Além disso, incluia a necessidade de levar uma vida ascética, ou seja, fazer o máximo para evitar o pecado.

 

a) Incorreta. aponta para o processo de desencantamento do mundo, em que a racionalidade econômica capitalista se afasta de sua origem religiosa.
Não pode ser a alternativa A, porque a racionalidade econômica capitalista não se afasta de sua origem religiosa.

b) Incorreta. desvaloriza o lucro como forma de comprovação de uma salvação religiosa, conforme a tese weberiana.
Não pode ser a alternativa B, porque a ética protestante, segundo Weber, não desvaloriza o lucro como forma de comprovação de uma salvação religiosa.

d) Incorreta. contribui para a manutenção da coesão social, ao separar a ética religiosa do espírito empreendedor.
Não pode ser a D, porque a ética religiosa não é separada do espírito empreendedor.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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