(UFU - 2021 - MEDICINA)
Considere a tabela abaixo.
A) A partir dos dados da tabela, discorra sobre duas correlações possíveis entre o nível de escolaridade de pais e filhos.
B) Segundo Durkheim, “É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independentemente de suas manifestações individuais”.
DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Martins Fontes. 1995, p. 13
Com a base na definição de Durkheim, explique a correlação entre o nível de escolaridade de pais e filhos a partir da característica de exterioridade do fato social, tal como definido por esse autor.
Gabarito:
Resolução:
a) A tabela vincula o nível de escolaridade dos pais ao nível educacional dos filhos. Percebe-se, por um lado, que os trabalhadores com pais que não completaram o antigo primário (menos de 4 anos de estudo) apresentam, em média, 5,3 anos de escolaridade. Por outro lado, os trabalhadores cujos pais completaram pelo menos 8 anos de estudo, possuem uma escolaridade média de 12,3 anos. Somente 1,5% das pessoas nesse grupo não conseguiram completar o primário, enquanto que a parcela dos que chegaram ao curso superior é de 41,3%. Mesmo que haja uma tendência de aumento do nível de educação dos filhos em relação aos pais, coerente com os investimentos na educação, existe uma constante relação entre a educação dos pais e a dos filhos, o que permite relacionar com o conceito de capital cultural, na medida que os filhos possuem a herança de conhecimento e cultura dos pais. Assim, como o nível educacional dos pais possuem um papel determinante no arcabouço intelectual e cognitivo de seus filhos, isso também determinará possivelmente a ocupação deles, servindo como manutenção e fonte de desigualdade material e estratificação social.
b) Émile Durkheim compreende que há normas e regras intrínsecos nos fatos sociais anteriores e exteriores aos indivíduos, portanto, educação informal ou formal possui um papel coercitivo para condicionar por meio de sanções morais ou legais o indivíduo. O sóciologo compreende que os mais velhos, diante disso, possui uma função de encaminhar os mais novos nas regras sociais, de maneira que, no ambiente familiar e escolar, a criança é preparada para viver em sociedade por meio dos códigos e da moralidade.
Logo, a tabela 01 apresenta certa afinidade teórica com Durkheim, já que os dados demonstram que o nível de instrução dos pais determinam o processo de socialização dos filhos, inclinando-os para a estrutura da sociedade e suas necessidades, de modo a garantir a coesão social e evitar a anomia.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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