(UNICAMP - 2023 - 2ª fase)
A primeira transmissão de rádio realizada no Brasil ocorreu no dia 7 de setembro de 1922, durante a inauguração da Exposição do Centenário da Independência no Rio de Janeiro. O então Presidente da República, Epitácio Pessoa, participou do acontecimento e transmitiu seu pronunciamento. O rádio permitia uma encenação de caráter simbólico e envolvente, estratégias de ilusão participativa e de criação de um imaginário homogêneo de comunidade nacional. O importante não era exatamente o que era transmitido e, sim, como era transmitido, permitindo a exploração de sensações e emoções propícias para o envolvimento político dos ouvintes.
(Adaptado de: LENHARO, A. A Sacralização da Política. Campinas: Papirus, 1986, p. 42.)
A partir da leitura do documento acima e
a) considerando as relações entre o evento histórico do 7 de setembro de 1922 e o rádio, cite e explique dois significados da primeira transmissão oficial do rádio no Brasil.
b) tendo em vista os vínculos entre o Presidente e a população brasileira, explique dois aspectos do rádio na cultura política da Era Vargas (1930-1945).
Gabarito:
Resolução:
a) considerando as relações entre o evento histórico do 7 de setembro de 1922 e o rádio, cite e explique dois significados da primeira transmissão oficial do rádio no Brasil.
A primeira transmissão oficial do rádio no Brasil ocorrer no dia 7 de setembro de 1922, data da comemoração do Centenário da Independência, significava uma modernidade tecnológica que o país estava alcançando e que o governo oligárquico do Café-com-leite queria ser associado. Além disso, a transmissão de rádio marcava uma nova ferramenta política a disposição para os políticos, ao permitir a encenação de que o povo estaria fazendo parte de fato daquele acontecimento e tentar criar sentimento de homogeneidade e comunidade nacional.
b) tendo em vista os vínculos entre o Presidente e a população brasileira, explique dois aspectos do rádio na cultura política da Era Vargas (1930-1945).
Vargas se preocupou muito em desenvolver relações populistas e criar a personificação de um líder próximo à população. Dentre os movimentos trabalhados pelo presidente e seus acessores, o uso dos meios de comunicação como a rádio foram peças chaves para o desenvolvimento e fortalecimento de sua figura frente à população. Dois aspectos que se destacam é: a criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), a fim de controlar e difundir a ideologia do regime de Vargas, na tentativa de censurar os levantes contra ele e aumentar seu prestígio através da cultura de massas; e a criação do programada de radiodifusão oficial do governo Vargas, que ficou conhecido como Hora do Brasil, onde divulgava os feitos do governante todo os dias a fim de consolidar sua liderança.
(Unicamp 2016)
Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.
(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)
Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:
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(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)
É possível fazer educação de qualidade sem escola
É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).
Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.
O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”
Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.
Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro” biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.
Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.
"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala, recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”
Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.
(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)
A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:
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(Unicamp 2016)
Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar
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(Unicamp 2015)
Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.
Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.
Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.
Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.
Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.
Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.
Podemos afirmar que:
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