(UFU - 2022)
Sobre as relações entre ato e potência e matéria e forma na filosofia de Aristóteles (384-322 a.C.), é INCORRETO afirmar que
todo ente sensível, por exemplo, uma mesa ou um cavalo, é composto de matéria e de forma.
na constituição de qualquer ente sensível, a matéria é a potência e a forma é o ato.
o que faz com que algo seja o que é, por exemplo, um ser humano ou um boi, é a sua matéria.
somente um ser em ato pode dar origem a um ente determinado, isto é, a um animal ou a um artefato.
Gabarito:
o que faz com que algo seja o que é, por exemplo, um ser humano ou um boi, é a sua matéria.
c) Incorreta. o que faz com que algo seja o que é, por exemplo, um ser humano ou um boi, é a sua matéria.
A matéria é o substrato que recebe a transformação, isto é, trans-formação, um movimento segunda uma forma definida. O que faz com que algo seja o que é, por exemplo, um ser humano ou um boi é a sua forma.
a) Correta. todo ente sensível, por exemplo, uma mesa ou um cavalo, é composto de matéria e de forma.
Aristóteles destacou-se por conceber uma teoria filosófica sobre a substância, a partir do hilemorfismo — matéria (hilé) e forma (morphé) —, isto é, uma concepção filosófica que vincula os dois. A forma é imutável e se submete às especifidades de cada matéria, porém ela nunca muda, e é a parte intelegível de um ser; a matéria é ininteligível, é por meio da forma que um ser é conhecido, porém, só se conhece-o na matéria.
b) Correta. na constituição de qualquer ente sensível, a matéria é a potência e a forma é o ato.
O importante é a compreensão do ser-em-ato e o ser-em-potência, ou a teoria do ato e potência de Aristóteles. O ser-em-ato designa a efetividade do ser, isto é, sua realização máxima, a forma, enquanto uma designação daquilo que já está acabado e perfeito. O ser-em-potência, vinculado à noção de vir-a-ser, está ligada a ideia daquilo que tem a capacidade de mudança para algo, saindo de um estado e tornando-se outro, a partir de uma forma pré-definida, de modo que, sendo algo, não era outro, uma medida de não-ser. A matéria é o substrato que recebe a transformação, isto é, trans-formação, um movimento segundo uma forma definida.
d) Correta. somente um ser em ato pode dar origem a um ente determinado, isto é, a um animal ou a um artefato.
Como a forma se encontra no ser-em-ato, apenas a forma pode determinar a origem e a direção da mudança em um ente.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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