(UFU - 2022)
Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles (384-322 a.C.) utiliza uma metáfora para expressar a sua concepção de como viver uma vida feliz. Diz ele que “a função de um tocador de lira é tocar a lira e a de um bom tocador de lira é tocar a lira de modo excelente”. Do mesmo modo, viver de modo excelente é viver por meio da virtude (areté, em grego).
Assinale a afirmação que melhor define o conceito de virtude segundo Aristóteles.
Disposição de caráter para agir segundo um princípio racional que visa a felicidade.
Disposição de caráter para agir de acordo com as leis divinas.
Disposição de caráter para escolher os extremos das paixões.
Disposição de caráter para buscar os prazeres e fugir dos desprazeres.
Gabarito:
Disposição de caráter para agir segundo um princípio racional que visa a felicidade.
a) Correta. Disposição de caráter para agir segundo um princípio racional que visa a felicidade.
A ética teleológica de Aristóteles é norteada por um fim (telos), uma finalidade, isto é, o bem supremo — a felicidade — que corresponde a uma vida contemplativa e virtuosa. A felicidade, como a finalidade última do homem, segundo Aristóteles, não está relacionada com o hedonismo, mas com a posse de uma virtude prática e racional, isto é, a verdadeira felicidade é associada com uma capacidade racional. A virtude é entendida como excelência (arété), e é somente através do caráter que se atinge a excelência: a boa conduta, a força do espírito, a força da vontade guiada pela razão leva à excelência. Dessa forma, a felicidade está ligada a uma sabedoria prática, a de saber fazer escolhas racionais na vida.
b) Incorreta. Disposição de caráter para agir de acordo com as leis divinas.
Não define a ideia de virtude para Aristóteles.
c) Incorreta. Disposição de caráter para escolher os extremos das paixões.
Na verdade, é uma disposição para escolher o meio termo.
d) Incorreta. Disposição de caráter para buscar os prazeres e fugir dos desprazeres.
A ética aristotélica não é hedonista.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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